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Quarta-feira, 1 dez 2010 - 11h04

Aquecimento Global: enxofre na atmosfera pode não ser tão eficaz

Em um polêmico trabalho científico publicado em agosto de 2006, o Prêmio Nobel de química, Paul Crutzen, propôs um método artificial de resfriar o clima do planeta, lançando na alta atmosfera partículas de enxofre. A ideia é fazer com que reação química ocorrida a 20 km de altitude forme uma espessa camada de neblina, que reflete a luz solar e diminui o aquecimento da superfície da Terra.

Vulcão Pinatubo

A proposta partiu após a gigantesca erupção do vulcão Pinatubo, em junho de 1991, que lançou na atmosfera uma enorme quantidade de enxofre. As partículas formaram uma camada de neblina rica em ácido sulfúrico que cobriu quase todo o planeta. As gotículas dessa névoa agiram como um grande refletor dos raios solares e as temperaturas globais baixaram cerca de 0.5 °C nos meses seguintes.

No entanto, uma descoberta feita pela sonda europeia Venus Express mostra que essa técnica pode não ser tão eficaz como parece. De acordo com pesquisadores da Agência Espacial Europeia, ESA, os sensores da sonda detectaram a presença de uma camada de dióxido de enxofre nas altas regiões da atmosfera de Vênus e que segundo o conhecimento atual, não deveria estar lá.

Vênus é um planeta repleto de vulcões em atividade, que lançam na atmosfera milhões de toneladas de dióxido de enxofre. Entre 50 e 70 km de altitude esse material se combina com vapor de água e se transforma em ácido sulfúrico, criando uma espessa névoa que impede a observação direta da superfície. Segundo o modelo atual, todo o dióxido de enxofre restante deveria ser destruído pela radiação solar acima dos 70 km.

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Sonda Vênus Express

A detecção dessa camada ácida a uma altitude de 90 km a 110 km foi encarada inicialmente como um mistério pelos pesquisadores, mas as simulações realizadas em supercomputadores mostraram que as gotículas de ácido também podem evaporar nessas altitudes, liberando o ácido em estado gasoso. Esse ácido é então quebrado pela luz do Sol, liberando o dióxido de enxofre.

No entender de Hakan Svedhem, cientista-chefe do projeto Venus Express, as novas descobertas mostram que o ciclo do enxofre na atmosfera é ainda mais complexo do que se acreditava.

"Essa nova compreensão é um alerta e mostra que a técnica do bombardeamento da atmosfera com enxofre pode não ser tão eficaz quanto imaginávamos", disse Svedhem. "O enxofre não é completamente transformado na atmosfera como pensávamos", completou o pesquisador.


Fotos: No topo, erupção do monte Pinatubo, em junho de 1991. A erupção lançou na atmosfera mais aerossóis do que todas as erupções desde o Kracatoa em 1883. Na sequência, concepção artística mostra a sonda europeia Venus Express, em órbita do Planeta Vênus. Créditos: Wikimedia Commons / ESA / Apolo11.com.

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