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Lavouras de arroz contribuem para o Efeito Estufa
São Paulo, 23 de Maio de 2003
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Hoje, muito se comenta sobre o efeito estufa, resultado do aumento da temperatura global. A maior parte das notícias atenta para as alterações climáticas que dele podem advir. Contudo, são poucas as que chamam a atenção para os seus efeitos na agricultura como, por exemplo, o encurtamento do ciclo das culturas, a antecipação dos períodos de semeadura e de colheita, os riscos de salinização do solo e o aumento das incidências de pragas e de ervas daninhas.

Além disso, poucos sabem que um dos principais gases responsáveis pelo fenômeno - o metano - é produzido, principalmente, em solos naturalmente inundados e em lavouras de arroz, como explicam engenheiros agrônomos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em artigo publicado na revista Ciência Rural (vol. 32 n. 6).

Segundo eles, dentre os gases responsáveis pelo fenômeno, o de maior destaque é o metano, devido à quantidade emitida e à atividade desempenhada na absorção radioativa. Eles explicam, ainda, que este gás ocupa a segunda posição em relação à quantidade produzida, perdendo apenas para o carbônico, produzido por meio da queima de combustíveis fósseis, queima da biomassa e do revolvimento do solo. Os outros gases, que também participam do efeito estufa, são os clorofluorcarbonos (CFCs), oriundos da atividade industrial e o óxido nitroso, liberado após aplicação de fertilizantes nitrogenados em áreas agrícolas.

"Dentre os países que mais emitem metano, o Brasil ocupa o décimo primeiro lugar", afirmam os pesquisadores no artigo. Com relação às principais fontes que produzem esse tipo de gás, eles explicam que os solos naturalmente inundados ou cultivados sob inundação respondem por cerca de 40% do total de metano emitido na atmosfera, sendo que o arroz cultivado sob inundação contribui com cerca de 15 a 20% desse total. O importante, nas culturas de arroz, e que traz, de certa forma, alguma esperança de atenuação do efeito estufa, é o fato de poder haver mudanças no padrão de emissão, que não implicam em grandes gastos. De acordo com os pesquisadores, "a taxa de emissão de metano a partir de lavouras de arroz depende do estágio de desenvolvimento das plantas, bem como de condições que afetam o solo, como regime de irrigação, adição e tipo de fertilizantes, deposição de resíduos orgânicos e condições climáticas".

Dessa forma, alterações em alguns processos podem ajudar a reduzir as taxas de emissão deste gás para a atmosfera. Como estimativas apontam que reduções de 10 a 15% no total de metano emitido podem estabilizar sua concentração na atmosfera, os engenheiros garantem que alterações nas práticas de cultivo do grão, especialmente no manejo da água de irrigação, da adição e tipo de adubação e da utilização de cultivares que emitam menor quantidade de metano, podem ajudar a alcançar esses valores.

Nesse sentido, eles dizem que a realização de drenagens periódicas é uma das estratégias possíveis, já que outros pesquisadores constataram que uma única drenagem durante a estação de crescimento do arroz reduziu a taxa de emissão de metano em 50% e que múltiplas drenagens (dois a três dias), aproximadamente a cada três semanas durante toda a estação de crescimento, reduziram a emissão para valores insignificantes. Contudo, a equipe ressalta que "a recomendação de drenagem no período inicial deve ser vista com ressalvas, pois a presença de lâmina de água sobre o solo é importante fator que contribui para o controle de plantas daninhas, para eficiência da adubação nitrogenada e para reduzir os efeitos negativos do frio no estágio reprodutivo".

Agência Notisa





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