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INPE pesquisa queimadas e alerta para a emissão de gases prejudiciais à saúde
São Paulo, 10 de setembro de 2003
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A comunidade de Alta Floresta, no norte de Mato Grosso, principalmente estudantes da Unemat - Universidade do Estado de mato Grosso, tiveram nesta segunda-feira (8), oportunidade de conhecer mais sobre os objetivos e resultados preliminares da pesquisa realizada pelo INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, em conjunto com a Universidade de Washington, Serviço Florestal do Estados Unidos, Universidade de Brasília e Unicamp. Cientistas brasileiros e americanos estão avaliando a dinâmica das queimadas na região amazônica mato-grossense, através de experimentos que ocorrem nas fazendas Kaiabí e Ouro Verde.

Desde 1998 o grupo de pesquisadores vêm estudando as características das queimadas na região, como tamanho, densidade, umidade, temperatura do fogo, clima, emissão de gases, os efeitos para a natureza e a saúde da população. João Carvalho, da Universidade Estadual Paulista, disse que recentemente foi realizada um experimento de queima de área próxima a Alta Floresta para cunho científico. "O que impressiona aqui é a falta de umidade, altas temperaturas do fogo e a rapidez em que ele anda na floresta", disse.

Embora ainda seja preciso mais de três anos para a conclusão dos trabalhos científicos, alguns resultados na parte de emissão de gases já causam preocupação para todo o país em relação às queimadas que ocorrem na Amazônia. O professor Ralf Gielow, do INPE, especialista em meteorologia, vem medindo desde 1999, parâmetros de precipitação, temperatura, umidade relativa do ar, ventos, pressão atmosférica e emissão de gases, entre eles o CO2 (gás carbônico) e particulados da região de Alta Floresta.

Ele explica que ao fazer uma queimada, independente do tamanho da área, os gases sobem a uma altura de 32 metros, esfria, condensa e forma nuvens onde 90% é de CO2, em torno de 8% é CO (monóxido de carbono) e o resto de particulados. Se a nuvem encontrar condições para cair em forma de chuva, os pesquisadores estudam como se esparrama os partulados na natureza e os prejuízos para o homem. "A maior parte da água de uma nuvem passou pela terra", alerta o professor. Já se tem parâmetros de excesso de mercúrio que vem de cima para baixo. Existe também a presença de gás sulfídrico, que pode asfixiar uma pessoa se chegar a índices muito altos.

O mais impressionante é que ao analisar as correntes de ventos e as nuvens de fumaça, o professor Ralf diz que 6 horas depois de uma queimada, o CO2 é forçado para baixo mas o restante segue o caminho dos ventos. Em uma queimada ocorrida em 1998, fora da época das queimadas, dois dias depois os gases passaram pela Bolívia, Paraguai, Cuiabá, Paraná e em quatro dias chegou em Santa Catarina. "Ainda precisamos saber muito, mas não podemos perder de vista a preocupação com a terra e com o homem. Precisamos ficar atentos", diz Ralf. Ainda este ano será instalado balão atmosférico em Alta Floresta e uma equipe de médicos estará analisando a saúde da população.

Estação Vida





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