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Aquecimento global ameaça com inundações catastróficas
São Paulo, 14 de junho de 2004
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Em menos de 50 anos o aquecimento global causará um aumento abrupto no nível do mar, desflorestamento e inundações que prejudicarão cerca de dois bilhões de pessoas, advertiram neste domingo (13) especialistas da Universidade das Nações Unidas.

No entanto, em um estudo intitulado 'Ambiente e segurança humana', eles indicam que ainda há tempo para reverter essa situação se forem tomadas medidas e se houver melhorias nos sistemas de previsão meteorológica no mundo todo.

Os especialistas acrescentaram que essa situação de alarme se evidenciou no final do mês passado com as inundações que arrasaram zonas agrícolas do Haiti e da República Dominicana e causaram mais de mil mortes.

Criada pela Assembléia Geral da ONU em 1973, a Universidade reúne especialistas em pesquisa, capacitação e difusão de conhecimentos vinculados aos mais inquietantes problemas mundiais.

Os especialistas afirmam que um bilhão de pessoas, ou seja, um sexto da população mundial, vive nas zonas que serão palco das piores inundações do século.

Atualmente, as inundações afetam mais de 530 milhões de pessoas no mundo todo e deixam em média 25 mil mortos por ano, e um rastro de destruição de casas, doenças e perda de plantações e de gado. Essa situação foi agravada pelo uso não sustentado e irracional da terra e outras ações humanas.

"Em um mundo mais úmido e quente como o previsto pela ciência, a parte superior do hemisfério norte provavelmente teria mais tempestades, enquanto os verões em algumas zonas continentais serão mais secos e propícios à seca", disse Janos Bogardi, diretor do estudo.

O relatório foi divulgado para coincidir com a inauguração na próxima terça-feira em Bonn, Alemanha, de um instituto da Universidade dedicado ao estudo do ambiente e de suas conseqüências para a segurança humana.

Segundo o estudo, a região mais afetada será a Ásia, onde durante as últimas décadas, uma média de mais de 400 milhões de pessoas sofreram o impacto das inundações.

Os especialistas explicaram que o custo anual das inundações e de outros desastres vinculados ao clima (principalmente nos países em desenvolvimento) é de cerca de US$ 50 bilhões, quantia que equivale a toda a ajuda para o desenvolvimento entregue pelos países doadores.

Mas os problemas não estão limitados às nações em desenvolvimento, e também afetam os países industrializados, de acordo com o relatório. Na Europa, as inundações causaram 100 mortes em 2002, afetaram 450 mil pessoas e provocaram perdas de US$ 20 bilhões.

Nos Estados Unidos, onde 50 pessoas morreram e houve danos de mais de US$ 50 bilhões devido ao transbordamento do rio Mississippi em 1993, as inundações matam em média 25 pessoas a cada ano desde 1980.

Segundo os especialistas da Universidade das Nações Unidas, esses problemas se duplicarão nas zonas mais propensas, devido a uma ampliação dos processos climáticos (secas ou inundações), ao aumento no nível dos mares e ao contínuo desflorestamento.

"O que se necessita com mais urgência diante do risco crescente de desastres por inundações é uma capacidade global maior para controlar e prever os eventos extremos do clima", enfatizou Bogardi. "Com informações melhores, é possível instalar sistemas e infra-estruturas de alerta melhores, a fim de determinar novas estratégias. É também muito importante mudar a estrutura mental internacional da reação e da caridade para a antecipação e a prevenção".

Os países são muito generosos quando se trata de ajudar depois dos desastres, mas o são muito menos quando se trata de fazer os preparativos para enfrentá-los, concluiu Bogardi.

Jornal do Brasil Online





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