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Mudança climática na amazônia altera clima mundial
São Paulo, 28 de Julho de 2004
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O desmatamento e outras agressões ambientais na Amazônia podem causar fortes mudanças climáticas em todo o planeta, segundo estudos apresentados hoje em Brasília na abertura da III Conferência Científica do LBA (sigla em inglês para Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia). Durante o evento, realizado até quinta-feira, serão apresentados e discutidos dezenas de estudos relativos a interação entre a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas regionais e mundiais. "Existem algumas indicações de que alterações climáticas ou florestais na região amazônica podem influir em vastas regiões do mundo", disse aos jornalistas o cientista brasileiro Flávio Luizão, um dos 800 especialistas que participam do fórum.

O especialista do Instituto Nacional de Estudos da Amazônia (Inpa) explicou que uma seca prolongada na região amazônica pode estar relacionada com o surgimento posterior de chuvas e de inundações intensas no norte europeu.

O cientista brasileiro, um dos coordenadores do LBA, disse que outra das preocupações da comunidade científica está na devastação da floresta amazônica por queimas e cortes, em muitos casos irregulares.

Também referiu-se ao desmatamento gerado pela expansão da atividade pecuária e, especialmente, aos crescentes plantios de soja nos últimos anos na Amazônia brasileira.

Segundo cifras oficiais, o Brasil, país com um território de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 66% deles estão ocupados pela região amazônica, perdeu em 2002 cerca 23.200 quilômetros quadrados dessa floresta.

No ano passado, a área de árvores cortadas na região amazônica brasileira foi de 23.700 quilômetros quadrados, segundo declarou a jornalistas a ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que assistiu a abertura da LBA.

"O problema da região amazônica no Brasil pode ser enfrentado com a união de forças das várias áreas do governo e da comunidade em geral", considerou Silva, que lembrou algumas iniciativas oficiais para tentar evitar que continue a devastação na região.

Entre outras, citou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva investirá até fim deste ano R$ 400 milhões (cerca de US$ 130 milhões) para a recuperação das áreas destruídas.

Esses recursos servirão para reflorestar os terrenos e desenvolver atividades econômicas que permitam aos cerca de 20 milhões de habitantes da região impulsionar atividades de desenvolvimento sustentado que não sejam prejudiciais à natureza.

Ele ressaltou que também há trabalhos em outras áreas de prevenção, como a instalação de bases de fiscalização policiais e militares e a utilização de um sofisticado sistema de vigilância por satélites para tentar conter ações que afetem a região amazônica, como o corte ilegal e os incêndios.

Com relação a essas queimadas na região, Luizão afirmou que contribuíram para que a emissão de gás carbônico no planeta seja de 370 partes por milhão (ppm) e possa chegar a mil ppm em 2100.

"Ironicamente, os incêndios em nossas florestas superam a queima de combustíveis fósseis no resto do Brasil, uma situação inversa em muitos países industrializados", comentou o cientista.

Ele destacou, no entanto, que a imensidade da floresta ajuda a conter a emissão de gases tóxicos do Brasil, "o que faz com praticamente não contribuamos com o efeito estufa, por isso temos que empenhar-nos para proteger a floresta".

JB online





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