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Brasil admite ser um dos maiores poluidores do planeta
São Paulo, 08 de Dezembro de 2004
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As queimadas na Amazônia e em outras áreas florestais respondem por três quartos das emissões brasileiras de gases que provocam o efeito-estufa, e transformaram o País num dos principais poluidores do mundo, afirmou na quarta-feira um relatório do governo. O documento é a primeira admissão oficial feita pelo Brasil sobre as queimadas em grande escala na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo, que abriga até 30 por cento das espécies de plantas e animais do planeta. Ambientalistas disseram que o relatório deve fazer do Brasil o sexto maior poluidor do mundo. Segundo eles, isso pode reforçar ainda mais as reclamações dos países ricos para que as nações em desenvolvimento também contribuam com o corte nas emissões de gases na luta contra o aquecimento global.

O relatório, um levantamento de todas as emissões de gases que provocam o efeito-estufa do País, mostrou que o Brasil produziu em 1994 1,03 bilhão de toneladas de dióxido de carbono. Em 1990, a produção havia sido de 979 milhões de toneladas. "Esse número representa cerca de 3% das emissões globais", disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos. Ele acrescentou que a responsabilidade pela desaceleração do aquecimento global é principalmente dos países ricos.

O Brasil foi obrigado a elaborar o relatório por ser signatário do Protocolo de Kyoto, acordo da ONU para conter a emissão dos gases, mas, segundo o tratado, por ser um país em desenvolvimento não é obrigado a cumprir as metas de redução de emissões. Mesmo assim, o relatório deve aumentar a pressão sobre as autoridades brasileiras para impedir a destruição da Amazônia, que vem atingindo níveis alarmantes nos últimos anos. Dados preliminares mostram que, só este ano, foi destruída uma área equivalente ao Estado norte-americano de Nova Jersey.

"O esforço do governo para combater o desmatamento foi significativo na ação contra atividades ilegais", disse a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. "Não estamos fugindo às nossas responsabilidades, temos nossas metas internas" de proteção ambiental, afirmou ela. Mas os especialistas criticam o governo por não fazer o suficiente para pôr em prática o prometido plano para conter o desmatamento.

"Isso é a coisa mais grave que já ocorreu", disse David Cleary, chefe do programa da Amazônia da seção brasileira da ONG Nature Conservancy. "Não tínhamos três anos consecutivos com esse nível de desmatamento desde meados dos anos 1980, e mesmo naquela época era ligeiramente menor. E aquele era o auge da destruição da Amazônia."

O fato de que as queimadas também são responsáveis pela maioria das emissões de gases que causam o efeito estufa deve aumentar os apelos por medidas contra a destruição da floresta. A poluição industrial no Brasil é relativamente pequena, por causa da grande utilização da energia hidrelétrica, considerada "limpa." No entanto, durante a época das queimadas, uma espessa fumaça paira no horizonte de algumas áreas da Amazônia.

O Brasil prega há tempos que os países desenvolvidos têm de ser os mais sacrificados na contenção da emissão dos gases, já que foram eles que iniciaram o processo de poluição, com a revolução industrial.

Os Estados Unidos não participam do Protocolo de Kyoto por achar que países em desenvolvimento como China, Índia e Brasil também precisam ser cobrados. O Brasil vai apresentar o relatório durante negociações da ONU sobre a alteração climática que acontecem nesta semana em Buenos Aires.

Reuters





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