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Estudo desvenda enigma geológico no interior de SP
São Paulo, 11 de Novembro de 2005
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Cientistas brasileiros acabam de desvendar um enigma geológico de 250 milhões de anos. Em um estudo publicado na revista Nature, eles explicam a origem de misteriosos morrinhos de pedra que brotam da paisagem rural de Anhembi, no interior paulista.

Parecidos com morros de cupim petrificados, eles são, na verdade, os cones fossilizados de antigos gêiseres que expeliam água fervente para a superfície durante o fim do período permiano, entre 250 milhões e 300 milhões de anos atrás.

Segundo o pesquisador Jorge Kazuo Yamamoto, trata-se de uma formação raríssima para o período. "Não conhecemos no mundo uma estrutura antiga tão bem preservada", afirma o cientista, diretor do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do projeto. "É um patrimônio geológico inestimável, que precisa ser preservado."

Os cones mais altos chegam a quase 2 metros de altura. Mais de 4.500 deles se espalham por uma área de apenas 1,5 quilômetro quadrado ao longo da Represa Barra Bonita, na Bacia do Paraná. Os primeiros foram descobertos em 1972, mas até hoje não havia explicação concreta para sua origem.

Os cientistas analisaram a composição química dos cones e descobriram que eles são mais de 98% sílica, ou dióxido de silício (SiO2), componente básico da areia de praia e do quartzo, um dos minerais mais abundantes da Terra.

A conclusão é que eles foram formados pela atividade de gêiseres que traziam água superaquecida do subsolo. Podendo passar dos 200° C, a água dissolvia SiO2 da crosta à medida que subia. E, quando chegava à superfície, o resfriamento fazia que a sílica se precipitasse e solidificasse na forma de um cone.

Durante o permiano, os gêiseres faziam parte de uma paisagem bastante diferente das pastagens atuais de Anhembi. Naquela época, os continentes ainda não tinham se separado completamente e a região era uma planície de maré litorânea às bordas de um mar interno. "Algo parecido com o Mar Cáspio", compara o pesquisador americano Thomas Fairchild, radicado no Brasil há 29 anos e colega de Yamamoto no instituto.

Um enigma persiste: de onde vinha o calor para aquecer a água? "Não temos evidências geológicas de uma fonte de calor subterrânea", diz Yamamoto. Esse é o alvo das próximas pesquisas. "Alguma coisa muito fora do comum aconteceu nesse ponto", afirma Fairchild.

O estudo foi feito em colaboração com pesquisadores do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná, da Petrobrás e do Instituto Geológico.

Agência Estado





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