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Sexta-feira, 16 fev 2018 - 10h26
Por Rogério Leite

Vento solar transforma ionosfera de Vênus em cauda de cometa

Um interessante estudo feito com dados da sonda europeia Venus Express mostrou que durante os períodos de baixa atividade solar, a ionosfera do planeta também é soprada de forma mais leve, formando uma espécie de cauda de gás similar a dos cometas.

Venus com cauda de cometa
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A ionosfera de um planeta é uma região onde uma camada de gás eletricamente carregado têm sua forma e densidade parcialmente controladas pelo campo magnético interno do planeta.

Na Terra, mesmo sob condições de fortes ventos solares, o intenso campo magnético gerado no interior do planeta mantém a ionosfera praticamente estável ao redor do globo. Em Vênus, onde o campo magnético é praticamente inexistente, a ação do vento solar tem grande efeito na moldagem dessa camada e normalmente sopra as partículas carregadas da ionosfera para longe do planeta.

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Ainda não se sabe exatamente quanto dessa moldagem depende unicamente da força dos ventos solares, mas os resultados obtidos pela sonda venusiana revelam pela primeira vez os efeitos de uma pressão solar muito baixa na ionosfera desmagnetizada de um planeta.

As observações foram feitas em agosto de 2010, quando a sonda da NASA Stereo-B registrou uma brutal queda na densidade do vento solar, que passou da média de 5 para apenas 0.1 partícula por metro cúbico durante um período de 18 horas.

Com a redução drástica da pressão do vento solar sobre Vênus, as partículas de gás da ionosfera deixaram de ser sopradas vigorosamente. Isso fez com que uma maior concentração de partículas carregadas se aglomerasse e caísse do lado escuro do planeta, formando uma cauda muito parecida com a trilha ionizada dos cometas.

"A ionosfera em forma de lágrima começou a se formar cerca de 30 a 60 minutos após o vento solar de alta pressão ter diminuído", disse o pesquisador Yong Wei, ligado ao Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar, na Alemanha e principal autor das novas descobertas. "Ao longo de dois dias a cauda se estendeu por dois raios do planeta em direção ao espaço", completou o pesquisador.

Um efeito similar também é esperado para ocorrer em torno de Marte, já que o Planeta Vermelho também não tem um campo magnético capaz de moldar e estabilizar a ionosfera.

Normalmente, costumamos falar sobre os efeitos da interação do vento solar com atmosfera em períodos de intensa atividade solar, mas os novos dados mostram que mesmo quando o vento solar é reduzido, o astro-rei ainda pode influenciar significativamente o ambiente planetário.


Arte: no topo, modelo criado com base nos dados da sonda Venus Express mostra a ação da diminuição do vento solar sobre a ionosfera venusiana. À direita temos o comportamento da ionosfera sob a ação de ventos normais e fortes. À direita, a diminuição da pressão faz a ionosfera se assemelhar à cauda de um cometa. Créditos: ESA/Wei et al. (2012), Apolo11.com.

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