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Terça-feira, 21 jul 2009 - 09h46

Cientistas registram provável choque de cometa contra Júpiter

No dia 21 de julho de 1994, uma série de 21 fragmentos do cometa Shoemaker-Levy 9 atingiram a alta atmosfera de Júpiter. A força de alguns impactos foi avassaladora e produziram gigantescas cicatrizes maiores que a Terra. Passados exatos 15 anos, os observadores foram surpreendidos esta semana pelo surgimento de uma nova e gigantesca cicatriz, causada provavelmente pelo choque de um novo cometa ou asteróide contra o disco joviano.


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As primeiras evidências de que algo estranho havia acontecido com Júpiter vieram através de observações feitas pelo astrônomo amador Anthony Wesley, na Austrália, que reparou que uma nova cicatriz repentinamente aparecido no disco planetário. A notícia rapidamente se espalhou e centenas de telescópios passaram a observar o planeta.

JPL
Imediatamente após o anúncio, cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL, passaram a estudar o fenômeno através do telescópio infravermelho do observatório de Mauna Kea e logo nas primeiras imagens a possibilidade de um impacto ficou evidente.

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"E impossível que uma mancha tão negra assim não tenha sido provocada por um impacto", disse o astrônomo Glenn Olson, ligado ao JPL. "Tivemos muita sorte de observar Júpiter no dia certo, na hora certa e no local certo", disse o pesquisador.

As imagens registradas pelo JPL foram feitas em diversos comprimentos de onda no espectro infra vermelho e revelam uma série de detalhes da cicatriz. No comprimento de onda de 1.65 micrômetros, sensível à luz refletida na alta atmosfera de Júpiter, é possível observar a região central da mancha mais brilhante com os detritos mais escuros à noroeste.

No seguimento do infravermelho próximo a sondagem espectroscópica revela o ponto de impacto próximo à região polar como uma visível mancha negra repleta de brilhantes ressurgências enquanto no infravermelho médio é observado um aquecimento na alta troposfera jupiteriana, com possíveis traços de emissão de gás de amônia.


Imprevisível
A primeira observação da mancha aconteceu no domingo e desde então telescópios dos principais observatórios do mundo não param de rastrear Júpiter, coletando a maior quantidade de dados possíveis sobre o evento.

Ainda não existe evidências concretas sobre o tipo de objeto que atingiu o planeta, se um asteróide ou cometa, mas a grande maioria dos cientistas que se pronunciaram não acredita que a mancha esteja relacionada a algum fator climático, a exemplo do que acontece hoje em dia com a Grande Mancha Vermelha.

Ao contrário do que aconteceu com o cometa Shoemaker-Levy 9 em 1994, não havia dessa vez qualquer previsão de impacto e os cálculos da possível trajetória deverão levar algum tempo até ser concluído. Entretanto, caso a hipótese de impacto se mostrar correta, a cicatriz deverá se dissolver lentamente nas intensas correntes de vento presentes na atmosfera jupiteriana.

A mancha negra é grande o suficiente para ser observável até mesmo através de telescópios de tamanho médio acima de 250 milímetros e se localiza na longitude de 210 graus.


Cicatrizes do cometa Shoemaker-Levy em Júpiter
O cometa Shoemaker-Levy 9 foi descoberto em 24 de março de 1993 por Eugene e Carolyn Shoemaker e David Levy através do telescópio de 400 milímetros do Observatório de Monte Palomar, na Califórnia. Devido à intensa força gravitacional de Júpiter, o cometa se rompeu e entre os dias 16 e 22 de julho de 1994, mais de 20 fragmentos colidiram com o planeta.


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Os choques contra a atmosfera resultaram em cicatrizes de mais de 6 mil quilômetros de raio, causadas pela gigantesca energia cinética superior a 6 milhões de megatoneladas de TNT produzida por cada fragmento.

Os impactos foi acompanhados por centenas de observadores ao redor do mundo e diversas imagens foram registradas, tanto por astrônomos amadores como profissionais, mas nenhuma se compara a esta, captada pelo telescópio espacial Hubble.

A imagem apresenta nitidez impressionante e revela as enormes cicatrizes deixadas sobre o hemisfério sul do gigante gasoso. Os resultaram em cicatrizes negras que elevarem colunas de gás a milhares de quilômetros de altitude e formaram bolhas gasosas de centenas de graus Celsius.


Fotos: No topo, imagem feita astrônomo amador Anthony Wesley mostra a mancha negra causada pelo impacto. Na sequência imagem registrada no espectro infravermelho em dia 20 de julho de 2009 pelo telescópio em infravermelho do observatório de Mauna Kea. Acima, cicatrizes deixadas pelo cometa Shoemaker-Levy 9 em julho de 2004. Créditos:Anthony Wesley/NASA/JPL/Infrared Telescope Facility/Hubble Space Telescope.

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