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Segunda-feira, 26 out 2009 - 09h22

Hubble registra restos de explosão estelar ocorrida no ano de 1024

Há exatos 985 anos, em 1024, um forte e estranho brilho no céu foi testemunhado por astrônomos árabes e chineses. Seu fulgor era tão forte que podia ser visto até mesmo durante o dia e por diversas semanas permaneceu intenso no firmamento. Naquele tempo ninguém podia imaginar, mas o violento clarão era o resultado de uma poderosa explosão estelar, hoje chamada de nebulosa do Caranguejo.


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Os primeiros vestígios da explosão só foram vistos novamente em 1751, mas seu estudo aprofundado só ocorreu no final da primeira metade do século 20 quando os astrônomos confirmaram que a nebulosa era o restante da explosão de uma estrela, uma supernova. Esse foi o primeiro objeto astronômico identificado com uma explosão desse tipo.

Localizada na constelação de Touro, a 6300 anos-luz da Terra, a Nebulosa do Caranguejo tem um diâmetro de 11 anos-luz e se expande rapidamente à taxa de 1500 quilômetros por segundo. Em seu centro se localizam dois núcleos muito pequenos, sendo que um deles é o responsável pela existência da nebulosa e é o núcleo ativo da outrora gigantesca estrela. Girando a 30 revoluções por segundo, o poderoso núcleo de menos de 30 km de diâmetro - chamado estrela de nêutrons - emite intensos feixes de ondas eletromagnéticas em diversos comprimentos de onda, principalmente raios-x e raios-gama.

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Nesta imagem, feita pelo telescópio espacial Hubble, vemos a intrincada rede de misteriosos filamentos que compõe a nebulosa. Além de tremendamente complexos, os filamentos aparentam terem menos massa do que aquela que foi expelida durante a explosão. O brilho dos filamentos e do material estelar é provocado pelo intenso bombardeio de raios-gama e raios-x, que ionizam o gás estelar e o fazem brilhar em diversos comprimentos de onda, detectados pelas câmeras de alta resolução do telescópio Hubble.


Estrela Progenitora
Modelos matemáticos atuais (2009) mostram que a estrela que deu origem à Nebulosa do Caranguejo tinha entre 8 e 12 vezes a massa do Sol. Segundo esses modelos, estrelas menores que 8 massas solares não têm capacidade de produzir uma explosão supernova enquanto estrelas com massa superior a 12 vezes à do nosso Sol produzem nebulosas quimicamente diferentes da observada na Nebulosa do Caranguejo.

Além da beleza ímpar no seguimento visível do espectro, os cientistas usam a radiação emitida pela Nebulosa para estudar diversos objetos que estejam em seu caminho. Entre os anos de 1950 e 1960 os pesquisadores estudaram a coroa solar ao observarem as variações nas ondas eletromagnéticas que passavam por ela. Recentemente as emissões da Nebulosa foram usadas para medir a espessura das atmosferas da lua saturniana Titã, através do bloqueio sofrido pelos raios raios-x ao atravessar a atmosfera da lua.


Noite escura
Para os simples mortais, no entanto, a simples observação da nebulosa já é um dos maiores prazeres que se pode desfrutar em uma noite escura. Com magnitude visual de 8.4, a Nebulosa do Caranguejo é vista através de um simples telescópio como uma tênue mancha prateada na constelação de Touro, mas só de saber que seu brilho real é 75 mil vezes mais intenso que nosso Sol e que sua origem é uma explosão ocorrida no ano de 1024, tira o fôlego de qualquer pessoa!


Foto: Nebulosa do Caranguejo, registrada pelo telescópio espacial Hubble em três comprimentos de onda do espectro visíviel. Caranguejo tem um diâmetro de 11 anos-luz e se expande rapidamente à taxa de 1500 quilômetros por segundo e foi o primeiro objeto astronômica a ser identificado como uma explosão de supernova. Crédito:NASA, ESA, J. Hester, A. Loll (ASU), Acknowledgement: Davide De Martin (Skyfactory)

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