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Segunda-feira, 7 out 2013 - 11h11
Por Conrado Seródio

Astrofotógrafo registra impressionante imagem de Eta Carinae

A imagem foi registrada pelo brasileiro Conrado Seródio, que do quintal de sua casa em São Paulo, faz fotos do céu desde 2010. A cena retrata a nebulosa Eta Carinae, que deverá sofrer um verdadeiro apagão luminoso em julho de 2014.

Eta Carinae por Conrado Serodio
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A Nebulosa Eta Carinae, oficialmente classificada como NGC 3372 é uma nebulosa gigante, distante cerca de 9 mil anos-luz da Terra. Esta nebulosa cobre cerca de 3° do céu, o que corresponde a um diâmetro de cerca de 460 anos-luz.

Apesar de sua distancia da Terra, a região central é extremamente brilhante a ponto de poder ser observada à vista desarmada, mas apenas nas latitudes abaixo do Equador terrestre. Em outras palavras, moradores do hemisfério norte não conseguem enxergar tamanha beleza.

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No coração da nebulosa está uma das mais notáveis estrelas e que dá o nome a esta formação. Seu brilho tem variado ao longo do tempo. Antes de 1840 Eta Carinae era observada como uma estrela comum, visível a olho nu. A partir de 1840 até 1848 seu brilho aumentou tanto que se tornou a segunda estrela mais brilhante no céu. Após 1848, voltou a perder seu brilho tornando-a de difícil observação à vista desarmada.

Apagão
Eta Carinae é um sistema binário, formado pelas estrelas Eta Carinae A e Eta Carinae B. A cada cinco anos e meio, Eta Carinae A transita na frente de Eta Carinae B, provocando um verdadeiro apagão observado em diversos comprimentos de onda. Quando isso acontece a estrela deixa de brilhar por 90 dias e de acordo com estudos dos astrofísicos Augusto Damineli e seu colega Mairan Teodoro, ligados à Universidade de São Paulo, um novo apagão está previsto para 28 de julho de 2014.


Conrado Seródio
Engenheiro da área de petróleo, meu interesse pela Astronomia começou desde a fase universitária, na qual cursei uma cadeira optativa - e que, aliás, deixava 90% em recuperação - astronomia e geodésica, ainda na época onde os cálculos astronômicos eram feitos com tábua de logaritmos e régua de calculo.

Conrado Serodio
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Embora sempre interessado em astronomia, só depois de quase 30 anos fui ter meu primeiro telescópio - uma luneta 70mm, aliás, com a qual quase todos iniciam e que conservo como relíquia ate hoje.

Depois de dois anos de pesquisa e troca de ideias com astrônomos amadores, fiz meu primeiro investimento sério em equipamentos e em 2010, já pensando em evoluir e me dedicar mais à astrofotografia, adquiri um refletor de 254mm numa montagem equatorial com acompanhamento automático. Tive apoio muito importante e dedicado de vários amigos astrônomos amadores mais experientes e que tornaram amigos pessoais meus.

Este apoio foi fundamental para minha evolução relativamente rápida, desde a ajuda na escolha do equipamento adequado para meus planos futuros - e que hoje são presentes - assim como na escolha cuidadosa das oculares e filtros usados na observação. Este telescópio continua sendo meu equipamento principal para observação e astrofotografia.

Além do telescópio, também investi em câmeras dedicadas como uma DBK31AU color, uma QHY5L II monocromática e uma ASI120MC color, além de uma Canon D60 para imagens de céu profundo. Para observações mais casuais e para viagens, tenho um refrator pequeno de 80 mm, leve e de ótimo desempenho.

Nestes três anos estudei e me dediquei a fundo todos os dias, com foco principal na astrofotografia e isso se tornou um verdadeiro vício.

Atualmente, meus objetivos principais são aliar uma boa e bela imagem com a possibilidade de estudar, a partir do material que produzo, os detalhes e características dos objetos celestes. Valorizo muito o apuro técnico e o caráter científico da astrofotografia e 80% do meu trabalho nessa área estão voltados aos astros do Sistema Solar.

Meu local de observação está situado em Santana de Parnaíba, a menos de 1 km do Trópico de Capricórnio em numa região com PL relativamente baixa, mas com frequente turbulência atmosférica e nebulosidade muito frequente em razão da proximidade de pequenas matas e o Rio Tietê, também próximo do meu observatório.

Minha motivação para a astronomia não é apenas técnica. Para explicar, tomo emprestado um pensamento de Platão, e que é o meu mote: "A astronomia compele nossa alma a olhar para o alto e nos transporta deste mundo para outro".

Nada mais verdadeiro...


Fotos: No topo, impressionante registro da nebulosa Eta Carina feito em 2 de maio de 2013 pelo astrofotógrafo Conrado Seródio. Acima, Seródio pousa à frente se telescópio de 254 milímetros. Créditos: Conrado Seródio, Apolo11.com.

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