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Quarta-feira, 18 ago 2010 - 09h27

Em busca de vulcanoides, sonda Messenger se aproxima do Sol

Em nova aproximação do planeta Mercúrio, a nave interplanetária Messenger chegou ontem a apenas 54 milhões de quilômetros de distância do Sol. A missão teve o objetivo de tentar encontrar evidências dos chamados vulcanoides, possíveis asteroides que orbitam entre o Sol e Mercúrio, teorizados pela primeira vez em 1850.

Terra e Lua vistas do espaço

Até o presente momento, nenhum desses objetos foi encontrado e sua existência ainda é desconhecida, mas se forem descobertos poderão trazer novas revelações sobre a formação e evolução do Sistema Solar. De acordo com os pesquisadores, os vulcanoides podem conter material remanescente ao período da formação e poderá ajudar a determinar as condições sob as quais os planetas, especialmente Mercúrio, se desenvolveram.

Além disso, os vulcanoides representariam uma população adicional de objetos impactadores, que poderiam ter contribuído para a história da craterização de Mercúrio muito mais que de qualquer outro corpo do Sistema Solar. O impacto dos vulcanoides poderia ser o responsável pela aparência envelhecida da superfície do planeta.

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Devido à grande proximidade do Sol, a busca por vulcanoides a partir da Terra é altamente prejudicada, ficando praticamente restrita aos momentos de alvorada e pôr-do-sol ou então durante os períodos de eclipses solares.

No entender dos cientistas espaciais, se essas rochas existirem deverão ser muito pequenas, menores que 60 quilômetros de diâmetro, tornando sua observação mais difícil ainda já que a luz refletida seria completamente encoberta pelo Sol.

Operada pelo Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL e pelo Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hoppikins, APL, a sonda Messenger está neste momento dentro da órbita de Mercúrio, um ponto de grande vantagem para as observações, já que Mercúrio está no periélio.

"Nossa busca pelos vulcanoides pode não detectar qualquer vulcanoide, mas a descoberta de apenas um objeto pode mudar a forma como estudamos a evolução de Mercúrio", disse Sean Solomon, principal investigador dos dados da sonda Messenger junto à Instituição Carnegie, em Washington. "O Sistema Solar ainda tem muitas surpresas pra nos contar, por isso devermos estar prontos para descobertas inesperadas", disse Solomon.


História de ObservaçõesZona Vulcanoide
Objetos celestiais no interior da órbita de Mercúrio vem sendo perseguidos e teorizados por séculos. A primeira vez foi em 1611 quando Christoph Scheiner acreditou ter visto objetos cruzando o disco solar. Mais tarde comprovou-se que se tratava de manchas solares. Em 1850, após cálculos detalhados, Urbain Le Verrier encontrou pequenas discrepâncias na precessão de Mercúrio. Segundo o matemático, essa discrepância deveria estar sendo causada pela influência de algum planeta de menor tamanho no interior da órbita de Mercúrio, o que explicaria o desvio.

Alguns anos depois de Le Verrier, um astrônomo amador chamado Edmond Lescarbault afirmou ter visto o hipotético planeta transitando a frente do disco solar. O objeto foi batizado de Vulcan, mas nunca mais foi visto. Em 1915 Albert Einstein explicou a discrepância encontrada por Le Verrier como sendo a consequência da deformação do espaço-tempo causada pelo Sol, que achatava ligeiramente a órbita mercuriana. Em 2002, o astrofísico Ron Miller comprovou que o objeto visto por Lescarbault era na realidade uma mancha solar.

Desde 1900, diversas observações têm sido feitas na tentativa de localizar os possíveis vulcanoides, sendo as tentativas durante os eclipses as mais comuns.

Em 1998 os astrônomos utilizaram dados do telescópio solar SOHO, mas não encontraram nenhum objeto com brilho correspondente a um objeto de 60 km de diâmetro, assumindo que tenham um albedo similar a mercúrio. Em 2000, o cientista Alan Stern, chefe da missão New Horizons com destino a Plutão, fez observações telescópicas da zona vulcanoide a bordo de um avião a 22 mil metros de altitude. Stern repetiu as observações em 2002 e 2006, em voos a mais de 24 mil metros de altitude, mas os resultados não trouxeram novidades.


Fotos: No topo, imagem captada pela sonda interplanetária Messenger em 6 de maio de 2010. A cena mostra a Terra e Lua vistas a uma distância de 183 milhões de quilômetros. Acima, ilustração mostra o local onde poderiam orbitar os vulcanoides. Créditos: NASA/Johns Hopkins University Applied Physics Laboratory/Carnegie Institution of Washington/Apolo11.com

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