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Quarta-feira, 5 fev 2014 - 11h19
Por Rogério Leite

Estudo: asteroides são mais complexos que o imaginado

Utilizando dados do New Technology Telescope, NTT, pesquisadores britânicos descobriram que os asteroides podem ter estrutura interna variada, com diferentes densidades. O estudo pode ajudar a compreender como os corpos celestes colidem e também fornecer pistas sobre como se formam os planetas.

Asteroide Itokawa
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Com o auxílio de observações muito precisas obtidas a partir do solo, a equipe do pesquisador Stephen Lowry, ligado à Universidade de Kent, no Reino Unido, conseguiu medir a velocidade e a variação da taxa de rotação do asteroide 25143 Itokawa, culminando em um trabalho inovador sobre como asteroides irradiam calor.

Para investigar a estrutura interna do asteroide, Lowry e sua equipe utilizaram imagens recolhidas entre 2001 e 2013 pelo NTT, um telescópio terrestre instalado no Observatório de La Silla, no Chile. O objetivo era medir a variação do brilho do objeto à medida que este gira.

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Os dados foram depois usados para deduzir o período de rotação do asteroide e então determinar como é que este período varia com o tempo.
Esta informação, quando combinada com o formato peculiar do asteroide - uma espécie de amendoim - permitiu explorar o seu interior e revelar pela primeira vez a possibilidade de uma estrutura formada por materiais diferentes.

A equipe de Lowry determinou que a taxa que asteroide rotaciona está acelerando lentamente devido ao efeito YORP e embora essa variação seja minúscula, de cerca de 0,045 segundos por ano, é muito diferente do esperado e só pode ser explicado se as duas partes do objeto em forma de amendoim tiverem densidades diferentes.

De acordo com o estudo, a densidade do interior do asteroide varia de 1,75 a 2,85 gramas por centímetro cúbico nas duas partes distintas de Itokawa, muito próximas das densidades observadas nas rochas porosas e densas.


Efeito YORP
Para entender melhor, a rotação de um asteroide e de outros pequenos corpos no espaço pode ser afetada pela luz solar. Este fenômeno é conhecido por efeito Yarkovsky-O’Keefe-Radzievskii-Paddack, YORP, e ocorre quando a radiação solar absorvida pelo objeto é reemitida pela sua superfície sob a forma de calor. Quando a forma do asteroide é muito irregular, o calor não é irradiado de modo homogêneo, o que cria no corpo um torque pequeno e contínuo, que muda a sua taxa de rotação.

Esta é a primeira vez que os astrônomos encontram evidências para uma estrutura interna dos asteroides bastante variada. Até agora, as propriedades do interior dos asteroides apenas podiam ser inferidas através de medições aproximadas da densidade.

O resultado da pesquisa, publicado no periódico Astronomy & Astrophysics, levou a muita especulação em torno da formação de Itokawa. Uma possibilidade é que o asteroide se formou a partir de dois fragmentos de um asteroide duplo após a colisão e fusão dos dois objetos.

“Descobrir que os asteroides não têm interiores homogêneos tem implicações importantes, particularmente para os modelos de formação de asteroides binários. Este resultado poderá igualmente ser aplicado em trabalhos que visam diminuir as colisões de asteroides com a Terra ou em planos para futuras viagens a estes corpos rochosos”, explicou o pesquisador.



Artes: No topo, modelo criado em computador mostra possível estrutura interna do asteroide Itokawa, com dois lados de densidades bastante diferentes. Créditos: European Southern Observatory, Apolo11.com.

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