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Quinta-feira, 14 fev 2008 - 16h33

Pentágono estuda lançar míssil contra satélite desgovernado

Todos os que acessam o Apolo11 já sabem que um satélite espião, oficialmente chamado USA-193, deverá re-entrar na atmosfera terrestre nos próximos dias. Agora, ao que parece, o negócio tomou maiores proporções e de acordo com a Agência de notícias Associated Press, AP, os EUA já estudam destruir o satélite em pleno espaço, antes de atingir a Terra. De acordo com a agência, os planos norte-americanos envolvem o lançamento de mísseis a partir de navios da marinha.

Segundo a AP, as fontes da informação são oficiais e pediram para não serem reveladas, já que as autoridades não estão discutindo o assunto publicamente, mas uma conferência de imprensa foi convocada para esta tarde e incluem os principais conselheiros para assuntos de segurança, entre eles James Jeffries e o general James Cartwright, além Michael Griffin, administrador geral da Nasa.

Se deixado à mercê das leis da natureza, o satélite irá re-entrar na atmosfera próximo da segunda semana de março, mas as autoridades deverão se antecipar e destruir o míssil em pleno espaço.

Segundo as informações fornecidas pela AP, a marinha deverá lançar 2 ou três mísseis do tipo SM-3, a partir de um cruzador ou destróier localizados próximos à costa nordeste do Havaí. Para atingir o satélite em órbita os SM-3 deverão ser modificados para receberem mais combustível e novo software. Se o plano funcionar corretamente, a destruição do satélite irá provocar uma grande quantidade de lixo espacial.

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Existem muitas controvérsias a respeito de se destruir satélites em órbita, já que no ano passado a China fez a mesma operação e provocou grandes críticas mundiais, em especial dos EUA.


No Brasil
Os dados extra-oficiais mais recentes mostram que o satélite está cruzando o território brasileiro pelo menos quatro vezes ao dia a uma altitude de 258 quilômetros, perdendo altitude à razão de 1400 metros por dia. Em algumas dessas passagens pode ser visto à vista desarmada. Na última sexta-feira, dia 08/02, o artefato cruzou o país em estado de visibilidade desde a cidade de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul até Areia Branca, no Rio Grande do Norte. Em sua jornada cruzou diversas cidades do Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. Em Governador Valadares, Minas Gerais, observadores relataram a observação do equipamento com brilho estimado em 2 magnitudes, similar a uma estrela de brilho médio.

Na última segunda-feira o satélite também pode ser visto por um breve período por observadores situados no extremo leste de Natal, quando o equipamento sobrevoou o Atlântico às 18h50 pelo horário de Brasília, logo após o pôr-do-Sol. O gráfico acima mostra essa passagem do satélite.


Tarefa difícil
Estimar onde um satélite desgovernado irá cair é uma tarefa extremamente difícil, já que um pequeno erro de cálculo pode se transformar em distâncias de milhares de quilômetros. As chances de qualquer artefato cair em terra firme são de 25%, contra 75% de cair sobre o oceano. A inclinação da órbita do satélite permite, no entanto, englobar ou descartar algumas áreas, já que é ela quem determina os extremos da latitude terrestre sobre a qual o satélite sobrevoa. No caso do USA-193, sua inclinação de 58 graus mostra que regiões situadas acima desta latitude, tanto no hemisfério Norte ou Sul, estão fora do local a possível queda. Isso inclui as zonas extremas do globo, como o norte do Canadá, Groenlândia, Antártida, mas inclui praticamente toda a parte habitada da Terra.

Algumas simulações mostram que no dia 17 de março, por exemplo, o satélite pode re-entrar na atmosfera exatamente sobre a Austrália, mas a previsão mais exata somente será possível com poucos dias de antecedência.


Re-entrada
Naves que re-entram sem controle na atmosfera, normalmente se rompem entre 72 e 84 quilômetros de altitude devido à temperatura e forças aerodinâmicas que agem sobre a estrutura. A altitude nominal do rompimento é de 78 km, mas satélites de grande porte que têm estruturas maiores e mais densas conseguem sobreviver por mais tempo e se rompem em altitudes mais baixas. Painéis solares são destruídos bem antes, quando os satélites ainda estão entre 90 e 95 km.

Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompe, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície. Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que se derretem facilmente. Como resultado, essas peças e desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes. Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que precisa de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à re-entrada. Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço-inox e berilo, comumente usados na construção de satélites.

O interessante é que ao mesmo tempo em que são resistentes às altas temperaturas, esses materiais também são muito leves (por exemplo, chapas de tungstênio) e como resultado a energia cinética no momento do impacto é tão baixa que raramente provoca danos de grande porte. O problema começa com a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à re-entrada, pode conter material extremamente tóxico, como a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica.

Fotos: No topo, míssil SM-3 sendo lançado de um cruzador norte-americano baseado no Havaí, em 11 de dezembro de 2003. Na seqüência, gráfico de rastreio mostra passagem do satélite USA-193 sobre o território brasileiro no dia 11 de janeiro de 2008 às 18h50 pelo horário de Brasília). Acima vemos o tanque de pressurização de um foguete Delta 2, que sobreviveu á re-entrada no dia 22 de janeiro de 1997. O tanque pesa 30 quilos e é contruído de titânio.

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