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Quarta-feira, 4 jul 2018 - 09h02
Por Rogério Leite

Rachaduras no escudo magnético da Terra é tema de estudo e preocupação

Apesar de invisível, nosso planeta é cercado por uma espécie de bolha magnética chamada magnetosfera, criada pelos movimentos ocorrem na região dos núcleos da Terra. Essa bolha é fundamental para a proteção do Planeta contra as partículas emitidas pelo Sol e sem ela a vida na Terra seria praticamente impossível.

Imagem registrada às 14h41 (hora de Brasília) de 28 de dezembro de 2010 pelos satélites F17 do Departamento de Defesa dos EUA. No topo, a cena mostra intensas auroras boreais sobre o círculo polar ártico, provocadas por uma rachadura momentânea na magnetosfera terrestre. Para se ter uma ideia do brilho dessas auroras, os pontos amarelos mostrados sobre as áreas continentais causados pela iluminação das grandes cidades. Crédito: US Navy's Fleet Numerical Meteorology and Oceanography Center/Apolo11.com
Rachadura_magnetosfera.jpg

No entanto, estudos recentes mostraram que algumas vezes essa bolha desenvolve grandes rachaduras que podem permanecer abertas por várias horas. Quando isso acontece, as partículas solares penetram em nosso planeta e ionizam a ionosfera a 160 km de altitude, produzindo os distúrbios geomagnéticos.

Foi isso o que aconteceu em dezembro de 2010, quando o cientistas espaciais foram pegos de surpresa ao detectarem uma rápida tempestade geomagnética sem qualquer motivo aparente. A tormenta prevista com menos de duas horas de antecedência através de modelos matemáticos e provocou brilhantes auroras nas latitudes mais elevadas.

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De acordo com os pesquisadores do Centro de Previsão de Clima Espacial dos EUA, SWPC, o fenômeno não havia sido causado pelas tempestades aleatórias que ocorrem na superfície solar, mas por uma rachadura que se abriu na magnetosfera da Terra e que permitiu que o vento solar penetrasse nas camadas mais elevadas da atmosfera.


Rachaduras geomagnéticas
Os primeiros trabalhos sobre as rachaduras na magnetosfera foram realizados em 1961, por Jin Dungey, do Imperial College, no Reino Unido. As pesquisas mostraram que a anomalia podia se formar quando o campo magnético das partículas vindas do sol tinha orientação oposta a do campo magnético em algum ponto da Terra. Nessas regiões, os dois campos magnéticos podem ser interligar através de um processo chamado "reconexão magnética", criando uma trinca no escudo através do qual as partículas eletricamente carregadas do vento solar poderiam fluir.

Em 1979, o cientista Goetz Paschmann, ligado ao laboratório de física extraterrestre do Instituto Max Planck, na Alemanha, detectou as rachaduras utilizando o satélite de exploração solar ISEE (International Sun Earth Explorer). No entanto, devido à órbita o satélite permanecia pouco tempo sobre as falhas, não permitindo saber se as fendas eram temporárias ou se permaneciam estáveis por longos períodos.

As mais modernas observações começaram a ser feitas em 2003 com auxílio do satélite IMAGE, especializado no estudo da magnetosfera. De acordo com as pesquisas, diversas auroras de prótons foram registradas sobre a região do Ciclo Polar Ártico, alimentadas pelo vento solar que penetrava por rachaduras na magnetosfera. Em alguns casos essas fendas tinham o tamanho da Região Sudeste do Brasil e permaneciam abertas por mais de 9 horas ininterruptas. Outras observações mostraram rachaduras duas vezes maiores que a Terra a uma altitude de 60 mil quilômetros.

Tempestades preocupantes
A tempestade de 2010 foi classificada como de classe G1, de pequena intensidade, e por não ter sido causada por fortes distúrbios na superfície do Sol, não provocou alterações significativas no fluxo de raios-x registrado pelos satélites geoestacionários.

De acordo com os pesquisadores, a maior preocupação de uma tempestade geomagnética causada por uma rachadura na magnetosfera é que ela é praticamente impossível de ser detectada em tempo hábil. Ela pode ocorrer a qualquer momento e pode provocar sérios danos em redes elétricas, provocando blecautes e apagões em qualquer parte do mundo.

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