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Quinta-feira, 16 abr 2009 - 09h45

Imagens de satélites registram terremoto de Áquila

Utilizando dados coletados por radares a bordo de satélites europeus, cientistas italianos conseguiram mensurar o movimento da Terra durante o terremoto de 6.3 graus que atingiu a cidade medieval de Áquila, no centro da Itália, em 6 de abril de 2009. De acordo com os pesquisadores, as medidas são tão precisas que até variações milimétricas puderam ser registradas.

As medições foram feitas por um grupo de cientistas do Instituto de Sensoriamento Eletromagnético e Ambiental, IREA, e do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, INGV, ambos da Itália, que utilizaram os dados produzidos pelo Radar de Abertura Sintética (SAR) a bordo do satélite ENVISAT, da Agência Espacial Européia e COSMO-SkyMed, da Agência Espacial Italiana. Os dados resultaram em um mapa de superfície que mostra as deformações ocorridas após o terremoto principal e suas réplicas, disparadas pelo evento maior.

Para criar o mapa os cientistas usaram uma nova técnica conhecida por Interferometria SAR (ISAR), uma sofisticada técnica de sensoriamento remoto que envolve a combinação de duas ou mais imagens de satélite da mesma localização terrestre, capaz de detectar movimentos de solo com extrema precisão ocorridos entre pelo menos duas aquisições de imagens.

Após a junção dos dados, adquiridos antes e depois do terremoto, o software gera o "interferograma", imagens que se parecem como arco-íris coloridos produzidos por padrões de interferência. Um conjunto completo de faixas, chamado "fringes", representa o deslocamento de 2.8 centímetros do solo relativos à passagem do satélite.

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"Produzimos um interferograma algumas após a passagem do Envisat e conseguimos ver as deformações quase que de imediato", disse Riccardo Lanari, do IREA.

De acordo com explicações Stefano Salvi, cientista do grupo de sensoriamento remoto do INGV, as imagens mostram nove "fringes" ao redor das áreas de maior deslocamento, localizadas a meio caminho entre Áquila e Fossa. Segundo Salvi, nestas regiões o solo se deslocou 25 centímetros do ponto de vista do satélite, dado que mais tarde foi confirmado pelas cinco estações dotadas de GPS diferencial localizadas na região.


Energia
A energia liberada pelo terremoto de Áquila foi equivalente à detonação de 3 milhões de toneladas de TNT. Em 2004, o terremoto da Indonésia produziu energia equivalente à detonação de 100 bilhões de toneladas de TNT e deslocou toda a ilha de Sumatra em aproximadamente 14 metros. O maior terremoto ocorrido na Terra ocorreu no Chile em 1960. Calculado em 9.5 graus na escala Richter, o tremor produziu energia semelhante à detonação de 180 bilhões de toneladas de TNT.

Mesmo parecendo pequeno se comparado aos eventos do Chile e de Sumatra, o terremoto de Áquila, de 6.3 graus, foi o suficiente para produzir uma das maiores tragédias naturais vividas pela Itália nos últimos 200 anos. Além da perda de centenas de vidas humanas, dezenas de monumentos históricos se transformaram em pó em poucos segundos.


Foto: Interferograma produzido por dados de satélite mostra a deformação produzida no terreno próximo à cidade de Áquila. Cada "fringe" corresponde ao deslocamento de 2.8 centímetros na superfície. Entre Áquila e Fossa o deslocamento do solo alcançou 25 centímetros, suficientes para matar centenas de pessoas e transformar monumentos em pó. Crédito: ESA/Istituto per il Rilevamento Elettromagnetico dell’ Ambiente (IREA-CNR)/Istituto Nazionale di Geofisica e Vulcanologia (INGV).

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