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Segunda-feira, 1 mar 2010 - 09h17

Compare a força dos terremotos

Sempre que existe um grande terremoto, diversos números tentam comparar o evento com forças que estamos mais acostumados a entender. São normais as comparações de magnitude e força e não raras vezes se compara o terremoto com a força destruidora das bombas atômicas. Dessa vez não foi diferente.

Logo após o terremoto que atingiu o Chile, começaram a pipocar na imprensa diversos números comparativos e o paralelo imediato foi traçado com o tremor ocorrido no Haiti no começo do ano. Se no país caribenho um abalo de 7.0 graus foi equivalente à energia de 30 bombas atômicas, qual seria então a força de um terremoto de 8.8 graus que atingiu 80% do Chile e provocou tsunamis no Havaí e até no Japão?

Para tentar responder essa pergunta é necessário compreender que as medidas de tremores de terra não são lineares como a temperatura, frequência, metro, etc. As forças que envolvem os terremotos se comportam de modo logarítmico e cada ponto de incremento na magnitude de um sismo representa 10 vezes mais amplitude. E para piorar ainda mais a compreensão, cada incremento de 1 ponto representa 32 vezes mais energia.

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Em outras palavras, existem duas variáveis a serem levadas em conta: a energia, 32 vezes maior para cada ponto e a amplitude, 10 vezes maior para cada ponto. A diferença entre elas é que enquanto a amplitude indica quanto do solo está se deslocando, a energia indica quanta força é necessária para isso.


Amplitude
Como explicado, a amplitude é uma forma de medir a movimentação do solo e está diretamente associada ao tamanho da onda mostrada em um sismograma. Como cada ponto de magnitude equivale a 10 vezes a amplitude do ponto anterior é correto afirmar que o sismograma de um terremoto de 5.0 graus será 10 vezes maior que a de um terremoto de 4.0 graus ocorrido em um mesmo lugar. No entanto, a onda de um terremoto de 6.0 graus, será 100 vezes maior que a de um terremoto de 4.0 graus e 1000 vezes maior que a de um terremoto de 3.0 graus, ou seja, 10 x 10 x 10.

Energia
Da mesma maneira que a amplitude, a força do terremoto também é medida dessa forma, com a diferença que os valores são muito maiores, equivalendo a 32 vezes para cada ponto. Assim, a energia envolvida em um terremoto de 7.0 graus é 32 vezes maior que um de 6.0 graus, mas é 1024 vezes maior que a energia de um de 5.0 graus e 32.768 vezes forte que um de 4.0 graus, ou seja, 32 x 32 x 32.

Como a energia de um terremoto é o que provoca destruição, a comparação de forças dá uma idéia muito melhor do porque um terremoto de 8 graus é muito mais forte que um de 6.0 graus.


Bombas Atômicas
Apesar da comparação de energia permitir avaliar quanto um terremoto é maior que outro, ela não dá uma idéia da capacidade de destruição de um tremor. Uma forma de avaliar melhor essa capacidade é comparar diretamente a energia liberada em um terremoto com a energia liberada em uma explosão e a melhor forma de fazer isso é usar como medida a detonação de 1000 quilos de TNT. Como os terremotos frequentemente têm energia muito maior que isso, muitas vezes é empregado como medida a energia equivalente à detonação de uma bomba atômica similar a que destruiu Hiroxima em 1945, que tinha força similar a 20 mil toneladas de TNT, ou 20 ktons.

Comparar com exatidão a energia contida em um terremoto com a energia liberada em uma explosão atômica não é uma tarefa muito fácil. Atualmente, o valor mais aproximado é que um terremoto de 4.0 graus equivale à detonação de 15 toneladas de TNT. Como a energia de um tremor é 32 vezes maior para cada ponto na escala é correto afirmar que um sismo de 5.0 graus produza energia equivalente a 475 toneladas de TNT (15x32) e um de 6.0 graus a energia de 15360 toneladas (15x32x32), quase uma bomba atômica de 20 toneladas de TNT.

Dessa forma, o terremoto de 7.0 graus que sacudiu o Haiti liberou energia igual a 491 mil toneladas de TNT, aproximadamente 25 bombas atômicas.


Terremoto no Chile
Para se calcular quantas vezes um terremoto é mais forte que outro é utilizado a seguinte fórmula: 10^(1.5*(Mag_sismoA - Mag_sismo_b)).

Substituindo os valores pelas magnitudes dos terremotos no Haiti e no Chile, temos 10^(1.5*(8.8 -7)) = 10^(1.5 * 1.8 )= 501 vezes maior.

Considerando-se que o terremoto no Haiti liberou energia igual a 25 bombas atômicas e o tremor do Chile foi 501 vezes maior, conclui-se que o terremoto de 27 de fevereiro teve energia equivalente a 12525 bombas atômicas, nos permitindo compreender porque 80% do país foram praticamente devastados.

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