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Afinal, onde está a tempestade solar que deveria atingir a Terra?

Segunda-feira, 26 nov 2012 - 10h48
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No último final de semana, as previsões de clima espacial indicavam que duas tormentas geomagnéticas deveriam se formar em consequência de fortes tempestade solares ocorridas alguns dias antes. No entanto, o efeito na Terra foi muito menor que o previsto e a tempestade não aconteceu. Por quê?

Até sábado, as únicas indicações positivas de que a as partículas solares haviam chegado à alta atmosfera foram uma pequena variação no magnetômetro instalado na região do círculo polar Ártico e a elevação tímida do índice KP.

A maior variação do magnetômetro ocorreu por volta das 07h00 BRST de sábado, quando um rápido transiente da ordem de 250 nanoteslas na componente H do campo magnético terrestre foi detectado. A anomalia também foi registrada em outros instrumentos que fazem parte da rede planetária que mede as variações na ionosfera, o que fez os índice KP atingir o nível 4, muito abaixo do esperado que era de KP=7.

De acordo com o SWPC, o Centro de Previsão de Clima Espacial dos EUA, até o final de sábado não se tinha certeza se a ejeção de massa coronal mais intensa já havia passado pela Terra ou se ainda estava a caminho, já que o transiente detectado pelo magnetômetro deveria corresponder à chegada das partículas mais fracas.

Como a previsão não estava se confirmando, os cientistas do SWPC acreditaram que a tormenta maior ainda estava por vir, mas à medida que o tempo passava e nada acontecia, ficava evidente que o impacto não ocorreria. Em outras palavras, ocorreu um erro na previsão.

Segundo o SWPC, muita coisa pode acontecer durante a viagem da nuvem de partículas carregadas desde o momento em que é ejetada do Sol até atingir a Terra. Para os pesquisadores, algumas vezes o modelo matemático consegue resolver de forma bastante satisfatória a possível evolução da CME, mas algumas vezes isso não acontece.

Para o SWPC, erros como esse fornecem oportunidades fundamentais para se entender esses eventos e permitirão aperfeiçoar ainda mais os modelos de clima espacial.



Foto: No topo, gráfico do magnetômetro no Alasca mostra um rápido transiente provocado pela chegada das partículas carregadas. Acima, vídeo mostra o modelo de previsão onde se vê a chegada das partículas, o que não ocorreu. Crédito: HAARP/Universidade Alasca, NOAA/SWPC, Apolo11.com.

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