A conclusão é que o aquecimento global poderá prejudicar a agropecuária e provocar uma grave escassez de alimentos para a metade da população mundial.
O artigo foi publicado na revista Science em conjunto por David Battisti, professor de Ciências Atmosféricas da Universidade de Washington e Rosamond Naylor, diretora de Segurança Alimentar e Meio Ambiente na Universidade Stanford, na Califórnia.
Os piores efeitos ocorrerão em regiões mais pobres do planeta, nas zonas tropicais e subtropicais, incluindo aí o Brasil.
Há 90% de chance que até 2100, as temperaturas mais baixas durante a safra nas zonas tropicais e subtropicais, sejam superiores às temperaturas máximas atuais.
O calor afeta diretamente lavouras como milho e frutas, por exemplo, acelerando o amadurecimento em poucos dias. O solo fica mais seco e o gado mais magro.
A projeção mais pessimista aponta para um futuro onde não haverá nenhum lugar para recorrer.
"O que mais me chocou é que, quando olhamos para os nossos exemplos históricos, sempre havia formas de resolver o problema dentro de um determinado ano. As pessoas sempre poderiam procurar comida em outro lugar", disse Naylor. "O futuro será muito pior, a não ser que haja algum tipo de adaptação e a não ser que repensemos nossa oferta de alimentos", alertou a cientista.