Além do tempo de operação e distância percorrida, o par de naves gêmeas é a missão que mais bateu recordes na exploração espacial.
A Voyager 1 foi lançada em 5 de setembro de 1977 e em 2012 se tornou a primeira espaçonave a deixar os domínios do Sol e penetrar no meio interestelar. Sua irmã, a Voyager 2, lançada em 20 de agosto de 1977 é a única sonda construída até hoje a visitar quatro planetas exteriores - Júpiter, Saturno, Urano Netuno.
Seus encontros planetários descobriram o primeiro vulcão ativo fora da Terra, localizado na lua jupteriana Io, identificou os primeiros sinais de um oceano subterrâneo em Titã, de Saturno, a lua gelada Miranda, em Urano e gêiseres gelados na lua Tritão de Netuno.
Embora as espaçonaves tenham deixado os planetas visitados muito para trás, e nem chegarão perto de outra estrela nos próximos 40 mil anos, as Voyagers ainda enviam observações científicas sobre o meio interestelar em que se encontram.
Recentemente, a sonda informou aos pesquisadores que os raios cósmicos, núcleos atômicos acelerados quase à velocidade da luz, são quatro vezes mais abundantes no espaço interestelar do que nas proximidades da Terra.
Isso significa que a heliosfera, a enorme bolha que contém os planetas e também o vento solar, atua como um escudo protetor contra a radiação vinda de fora, ajudando a proteger os planetas. A Voyager 1 também sugeriu que o campo magnético do meio interestelar local é enrolado em torno da heliosfera.
A Voyager 2 está a 18 bilhões de quilômetro de distância, viajando rumo sul. Os cientistas esperam que nos próximos anos a sonda também atinja o meio interestelar.
As diferentes localizações das duas Voyagers permitem que os cientistas comparem duas regiões do espaço onde a heliosfera interage com o meio interestelar envolvente usando instrumentos que medem partículas carregadas, campos magnéticos, ondas de rádio de baixa frequência e plasma de vento solar.
Uma vez que a Voyager 2 atravesse o meio interestelar, os cientistas também poderão observar o meio espacial de dois locais diferentes simultaneamente.
"Nenhum de nós sabia, quando lançamos as sondas há 40 anos, que qualquer coisa ainda funcionaria após tanto tempo", disse Ed Stone, cientista do projeto Voyager.
Ambos as sondas possuem sistemas redundantes que permitem que a nave espacial mude para sistemas de backup de forma autônoma quando necessário, além de fontes de alimentação duradouras construídas com três geradores termelétricos de radioisótopos, que utilizam a energia térmica gerada pelo decaimento do plutônio-238. Estima-se que a energia das Voyagers acabará apenas no ano de 2025.
Os discos continham uma seleção de sons e imagens e retratavam a Terra através de pessoas jovens e velhas, homens e mulheres entre outras espécies, além de incluir informações sobre os continentes e a localização da Terra no espaço.