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Após fiasco americano, Japão tenta pousar hoje seu módulo na Lua

Sexta-feira, 19 jan 2024 - 09h42
Por Rogério Leite
Se tudo der certo, o Japão se tornará nesta sexta-feira o quinto país a pousar uma nave em solo lunar. O feito deve acontecer às 12h20 pelo horário de Brasília, alguns dias depois da nave estadunidense Peregrine apresentar problemas e ter a missão encerrada.

Concepção artística mostra o módulo SLIM sobrevoando a superfície da Lua. Crédito: JAXA.

De acordo com a Agência espacial do Japão, JAXA, o módulo SLIM Moon Sniper (Atirador Lunar) deverá realizar o pouso mais preciso já feito em solo lunar. O objetivo é pousar na cratera Shioli, no equador da Lua, com margem de erro de apenas 100 metros.


Os pousos lunares são tarefas bastante complexas, com precisão extremamente variável que pode chegar a dezenas de quilômetros. Isso limita muito a exploração em locais específicos, onde as coletas científicas sejam mais necessárias. De acordo com a JAXA, o sucesso da missão marcaria o fim de uma era de "aterrissar onde pudermos" para uma era de "aterrissar onde quisermos".

Com cerca de 1.7 m de comprimento, 2.7 m de largura e 2.4 de altura, o SLIM é um módulo muito compacto, mas seu pequeno tamanho não significa que fará um pouso sem desafios. De acordo com o cronograma, às 12h00 BRT, a nave iniciará a trajetória de decida através de um sistema de "olhos inteligentes", um moderno sistema que utiliza imagens tridimensionais e mapas pré-carregados, que orientará a sonda sobre qual a posição sobre o solo lunar. O local é um ponto muito inclinado, o que faz com que a missão tenha que evitar diversos obstáculos das mais variadas elevações.

Segundo Kushiki Kenji, gerente de Subprojeto da missão SLIM, a perspectiva é que desde o início da desaceleração até o momento do pouso na superfície lunar o módulo passe por turbulentos 20 minutos de terror. "Durante esse tempo vai ser difícil de respirar", disse Kenji.

Embora a telemetria do pouso enviar dados em tempo real, a Jaxa deve levar cerca de um mês para conferir se o SLIM alcançou os seus objetivos de alta precisão. Quando estiver no solo, a sonda irá liberar quatro unidades robóticas, entre eles dois mini-robôs, um veículo pulador do tamanho de um forno de micro-ondas e um pequeno rover do tamanho de uma bola de tênis, todos desenvolvidos em colaboração com a empresa Sony, líder no seguimento de robôs. Todos estes dispositivos deverão capturar imagens estáticas e dinâmicas, proporcionando uma nova perspectiva da superfície lunar.


Objetivos das missões


Atualmente, as missões lunares como essa oferecem uma excelente oportunidade para teste e desenvolvimento de novas ferramentas, além de equipamentos e novas tecnologias que podem ser úteis em futuras viagens tripuladas a Marte. No entanto, o que importa agora é o registro das riquezas que abundam na Lua, principalmente a água, que deverá ser aproveitada em futuro próximo durante a colonização da Lua.
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