O alerta foi feito por um dos membros do IPCC, climatologista Chris Field, durante encontro da Associação Americana para o Progresso da Ciência. Segundo o cientista, as emissões dos gases do Efeito Estufa aumentaram muito mais rápido do que o esperado entre os anos 2000 e 2007 e foram agravadas pela queima de carvão das usinas termoelétricas na Índia e na China.
"Na prática estamos olhando para um futuro climático muito mais grave que qualquer cenário que havíamos considerado nas políticas climáticas", afirmou Field. De acordo com o pesquisador o impacto que esse aumento na temperatura irá causar ainda é incerto, mas o aquecimento deverá se acelerar em um ritmo muito mais veloz, provocando mais danos ambientais do que o previsto.
Durante o encontro, Field sustentou que os efeitos danosos do aumento da temperatura incluem a seca das florestas tropicais, que se tornariam mais suscetíveis às queimadas e o derretimento do gelo perene das regiões glaciais, que elevaria de forma dramática o nível de carbono na atmosfera.
No último encontro do IPCC o órgão divulgou que até o ano de 2100 o nível médio dos oceanos subiria 40 centímetros em relação ao ano 2000, mas segundo o trabalho europeu esse nível será alcançado antes de 2040.
De acordo com Aslak Grinsted, geofísico do Centro de Gelo e Clima do instituo Niels Bohr, da Universidade de Copenhagen, os novos modelos de previsão mostram que o nível médio dos oceanos subirá entre 90 centímetros e 1.3 metro, indicando que as camadas de gelo polar derreterão muito mais rápido do que se imaginava.
"Sem uma ação real e efetiva, as mudanças climáticas deverão ser maiores e muito mais difíceis de serem controladas. Talvez chegamos no limite da hora para lidar com esse problema", concluiu Field.