O estudo do Sol através de métodos modernos - a heliofísica - é uma ciência bastante recente e somente nos últimos 20 anos, após o lançamento do Observatório Solar SOHO, em 1995, é que conseguiu responder algumas das inúmeras perguntas sobre a nossa estrela-mãe. E ainda faltam muitas a serem respondidas.
Antes do SOHO, os estudos do Sol eram feito basicamente aqui da Terra, principalmente através da observação das manchas solares e seus efeitos associados, seja usando telescópios ópticos ou de radiotelescópios.
Esse período é chamado de ciclo solar ou de Schwabe e desde que as observações começaram a ser feitas já foram contados 24 ciclos até o ano de 2016.
Durante o período de maior atividade, chamado "máximo solar", grandes manchas e intensas explosões ocorrem quase diariamente. As auroras surgem nas latitudes médias e violentas tempestades de radiação danificam os satélites em órbita. A última vez que isso ocorreu com tal intensidade foi entre os anos de 2000 e 2001.
No "Mínimo Solar" ocorre o contrário. Quase não existem flares solares e podem passar semanas sem que uma única mancha quebre a monotonia do disco solar. É exatamente esse o momento atual que estamos passando.
Esse longo período de silêncio solar coincidiu com a "pequena Era do Gelo" uma série de invernos implacáveis que atingiu o hemisfério Norte, com mais intensidade sobre a Europa. Por razões ainda não compreendidas, o ciclo de manchas solares se normalizou no século 18 e o período típico de 11 anos voltou ao normal.
Atualmente, estamos atravessando o Ciclo Solar 24 rumo ao seu mínimo, quando tipicamente a atividade será bastante baixa. O problema maior é durante o máximo do Ciclo 24 a atividade foi extremamente baixa, com raros momentos de fúria solar. E para piorar as coisas, o Ciclo Solar 23 também foi fraco, quando comparado ao Ciclo Solar 22. Em outras palavras, a atividade solar está enfraquecendo ano a ano.
Além disso, não há qualquer evidência científica que esse ritmo continuará infinitamente, ou seja, o próximo ciclo poderá ser tão ou mais intenso que aquele observado no início do século.
Também não há provas científicas de que o aumento ou diminuição da atividade e das manchas solares tenham relação com o clima de longo ou curto prazo aqui na Terra. Há poucos estudos neste sentido, além de serem inconclusivos.
O que se espera é nos próximos anos os estudos sobre o Sol tenham avançado ainda mais e que a previsão do clima espacial seja tão corriqueira como a atual previsão do tempo.