O estudo, elaborado na Universidade de Leeds e coordenado pelo pesquisador Alan Gringer, também afirma que não existem provas suficientes de que as áreas de cobertura vegetal estejam diminuindo. Para o pesquisador, o aumento das áreas florestais mostrado em seu trabalho pode ser resultado do reflorestamento, que pode estar compensando as taxas de desmatamento das florestas tropicais.
"Apesar de o desmatamento estar ocorrendo muito rapidamente, o reflorestamento também está sendo feito de maneira mais intensa", disse o pesquisador.
O aumento aparente na área coberta pelas florestas tropicais devido ao reflorestamento não substitui a riqueza natural da mata nativa. "A área reflorestada não pode ser vista como substituta da biodiversidade e nem é alternativa às funções do carbono das florestas primárias", ressalta Gringer.
Para conseguir maior precisão nos resultados, foram analisados dados sobre a quantidade de florestas tropicais nas regiões da Amazônia, Bornéo e bacia do Congo, em áreas próximas aos trópicos úmidos. O resultado das análises mostrou que desde 1970 não há declínio na área coberta pelas florestas nestas regiões do globo.
Além disso, o estudo de Gringer mostrou, com base em dados de 2006, que as áreas de floresta tropical no Gâmbia e no Vietnã aumentaram desde 1990.
"O cenário é muito mais complicado do que se pensava. Se não há registros de declínio nas áreas florestais no longo prazo, isso pode sugerir que o desmatamento está sendo acompanhado por um alto índice de reflorestamento que não foi observado", diz Gringer.
"Isso permitiria reconstruir as alterações nas áreas florestais desde 1970 e dessa forma saber com certeza o que aconteceu com as florestas tropicais nos últimos 40 anos", finaliza Gringer.