O tênue sinal marcava o início da transmissão da série de dados científicos enviados pela sonda américo-européia Cassini, que acabava de completar sua maior aproximação da lua saturniana Encéladus, chegando a apenas 50 quilômetros de distância da superfície. Durante o momento de maior aproximação a sonda Cassini se deslocava a 17.7 km/s (64 mil km/h).
"Estamos muito contentes em informar que a Cassini entrou em contato e já está enviando dados à Terra", disse Julie Webster, chefe da equipe de cientistas da Cassini junto ao JPL. "O downlink (recepção dos dados) vai continuar por toda a noite e também pela manhã!", exclamou a pesquisadora.
Durante o período de aproximação as câmeras e outros instrumentos de sensoriamento estavam voltados ao pólo sul de Encéladus, uma região notadamente marcada por uma série de fissuras paralelas de onde emanam gêiseres de gelo e jatos de vapor. Os cientistas acreditam que esse material seja fonte que alimenta o anel-E de Saturno e esperam aprender sobre o mecanismo que alimenta os gêiseres.
Duas novas aproximações estão previstas para outubro de 2008. Na primeira a nave deverá atingir apenas 25 km de distância da superfície.
Em sua passagem próxima à Saturno, a Voyager 1 revelou que Encéladus órbita na densa camada do anel-E do planeta, indicando uma possível associação entre os dois. Ao mesmo tempo, a Voyager 2 mostrou que a despeito do seu pequeno tamanho, Encéladus tem uma grande gama de terrenos diferentes, que variam desde superfícies antigas e fortemente crateradas até regiões mais jovens e tectonicamente deformadas.
Encéladus é um dos três únicos objetos do Sistema Solar exterior onde são registradas atividades vulcânicas. Os outros dois são as luas Io de Júpiter e Triton, de Netuno.