Desde 1999 não era registrado um ciclone tão violento na região. Na ocasião, um tufão atingiu a Índia e matou cerca de 10 mil pessoas. O último grande ciclone a atingir a Ásia foi o Sadr, que deixou 3 mil vítimas fatais em Bangladesh, em novembro do ano passado.
O ciclone Nargis atingiu o oeste de Mianmar com ventos de 190 km/h e provocou ondas gigantes que arrasaram cidades e vilas da costa do país.
Em várias regiões, a energia elétrica e linhas telefônicas estão interrompidas. Pontes se romperam com a força das águas e estradas estão bloqueadas isolando regiões inteiras. Além das centenas de casas, o ciclone causou danos em hotéis escolas e hospitais.
Longas filas se formaram nos postos de gasolina. O preço de um galão de petróleo dobrou no mercado negro e os preços de vários alimentos triplicaram nos últimos dias. Cinco regiões de Mianmar foram declaradas zonas de emergência depois do desastre natural.
A junta militar de Mianmar raramente aceita ajuda de fora, mas desta vez deverá ser diferente. Com centenas de milhares de desabrigados necessitando de abrigo e água potável, a ajuda de agências humanitárias e da ONU começa ser aceita.
A Tailândia anunciou o envio de um avião com nove toneladas de alimentos e remédios. A Índia mandou dois navios com carregamentos de comida, tendas, cobertores, roupas e medicamentos. Os EUA liberaram um pacote de ajuda no valor de US$ 250 mil enviados por meio da ONU.
As autoridades de Mianmar, entretanto, se recusaram a autorizar a entrada no país de uma equipe americana de assistência a desastres.
Foto: Moradores da cidade de Yangon iniciam o difícil trabalho de recontrução das casas. Crédito: Rede CNN.