Os testes foram feitos no dia 30 de abril, quando a equipe observou as primeiras franjas interferométricas após a conexão de duas antenas de 12 metros de diâmetro, localizadas no deserto de Atacama, no Chile, a 2900 metros de altitude. A conexão das antenas é parte crucial do projeto ALMA e quando finalizado contará com 66 antenas interligadas, formando o maior radiotelescópio do mundo.
Durante a operação, as 66 antenas serão combinadas para formar imagens de altíssima resolução, similar às que seriam obtidas por uma única antena gigante de 16 quilômetros de diâmetro.
"Isso só será possível se todas as antenas estiverem altamente sincronizadas, com precisão superior a 1 trilionésimo de segundo entre os equipamentos", disse Richard Murowinski, engenheiro do projeto na Organização Astronômica Européia. "Cada antena estará separada por muitos quilômetros, em um ambiente extremo de fortes ventos, altitude elevada e grandes variações de temperatura. Isso aumenta a complexidade do projeto e nos coloca à frente de um grande desafio", explicou Murowinski.
Cada par de antenas constitui o bloco básico do sistema imageador, que permitirá ao telescópio fornecer imagens de grande resolução, próximas ou superiores a dos telescópios óticos. Cada antena é conectada eletronicamente com cada uma das outras antenas, formando diversos pares, cada um deles contribuindo com informações únicas que serão novamente combinadas para formar uma única imagem altamente detalhada do objeto sob estudo.
Quando finalizado, as 66 antenas formarão milhares de pares individuais equivalente a uma grande antena de 16 quilômetros de diâmetro. Isso permitirá ao ALMA ver objetos celestes com nitidez muitas vezes superior aos melhores telescópios espaciais, além de complementar as observações que atualmente são feitas com interferômetros óticos, como o VLTI, também instalado no Chile.