A conclusão é do geólogo Táxi Kawamura, ligado ao Observatório Astronômico Nacional, do Japão, que reanalisou mais de 100 tremores registrados por sismógrafos deixados na Lua durante a missão Apollo há 40 anos, entre os anos de 1969 e 1977.
Segundo Kawamura, os eventos estudados ocorreram entre 800 e 1200 km de profundidade e diferentemente dos sismos terrestres apresentavam periodicidade de cerca de 27 dias.
Para o estudo, a equipe de Kawamura modelou os antigos dados dos sismógrafos instalados na Lua e descobriu que as forças de maré criadas pela gravidade da Terra coincidiam com os sismos lunares registrados no mesmo período.
Conhecidas como marés de corpo sólido, essas tensões podem formar falhas ou rachaduras no interior da Lua e à medida que o estresse se acumula podem causar tremores. A ideia não é nova e já foi proposta anteriormente em diversas discussões, mas o estudo de Kawamura fornece mais dados sobre o fenômeno.
O cientista observa que os estudos anteriores subestimaram o estresse liberado, pois usavam dados de apenas um dos sismômetros. Ao combinar sinais de diferentes instrumentos o estudo descobriu que o acúmulo de tensões de maré não ocorreu repentinamente, mas longo de um mês.
A regularidade de 27 dias dos tremores também confirma a ideia de que eles são causados pela gravidade da Terra, pois é o mesmo tempo que leva a Lua a orbitar nosso planeta.
A Lua não tem atividade tectônica como o nosso planeta e muitos terremotos que afetam a Lua ainda não são perfeitamente compreendidos. O estudo de Kawamura pode trazer mais luz sobre esses eventos.