Segundo o físico Stanislav Barabash, a confirmação de relâmpagos indica a existência de uma grande fonte de energia e que pode alterar a química da atmosfera do planeta. "Estes são os primeiros resultados globais iniciados pela sonda Venus Express em 2006, e que está no apogeu de sua trajetória", comentou Dmitri Titov, coordenador científico da missão da ESA.
Os resultados de análises químicas da atmosfera do planeta e uma cartografia técnica de sua superfície deverão ser divulgados nos próximos meses.
Em 2006, os cientistas já comprovaram que toda a água existente em Vênus no passado evaporou, deixando apenas alguns rastros em sua superfície. A água evaporou por causa da presença de CO2 e do calor ao longo dos anos.
Mesmo sendo parecido com a Terra em volume e massa, o planeta possui muitas diferenças na superfície, como a presença de 96.5% de dióxido de carbono em sua atmosfera. Por ter maior proximidade com o Sol, as temperaturas chegam a mais de 450°C.
Vênus, o planeta mais brilhante do Sistema Solar também é coberto por uma camada atmosférica quente de quase 100 km de espessura. Sua variabilidade é enorme com os ventos que podem passar de 200 km/h para 400 km/h a 70 km de altitude. "Os oceanos desapareceram, só há três centímetros de água na atmosfera", afirma Barabash.
Uma justificativa apontada pelos cientistas da ESA, para a eliminação das superfícies aquáticas seria a numerosa presença de hidrogênio pesado nas moléculas de água, 150 vezes superior a das moléculas terrestres.
Foto: No topo, cena mostra detalhe da interação entre Vênus e o vento solar. Clique sobre a foto para ver a animação diretamente no site da ESA. Na seqüência, outro frame de animação, mostrando as tempestades elétricas no planeta.