As simulações, feitas através de modelos matemáticos, mostram que o exoplaneta, agora chamado GJ 436c, orbita a estrela GJ 436 em apenas 5.2 dias terrestres e uma revolução completa leva 4.2 dias terrestres. Na Terra uma órbita completa demora 365 dias e uma revolução leva 24 horas.
Um dia terrestre completo, de um pôr-do-sol a outro, praticamente coincide com o próprio período de rotação. No novo planeta estes períodos não coincidem, uma vez que os tempos de translação e rotação são muito similares. Assim, um dia completo em GJ 436c pode levar aproximadamente 4 anos do planeta ou aproximadamente 21 dias terrestres.
O estudo, publicado esta semana no Astrophysical Journal, prevê a presença de um pequeno exoplaneta perturbando outro planeta interno, já conhecido e do mesmo sistema, produzindo alterações na sua órbita. A análise da velocidade radial também permitiu a identificação de uma assinatura que condiz com as simulações e que indicam um novo objeto em ressonância com o planeta interno. As simulações mostram que o novo objeto completa uma órbita para cada duas órbitas do planeta interno.
"Após a confirmação final o novo exoplaneta deverá ser o menor encontrado até hoje", disse Ignasi Ribas, cientista responsável pelo estudo no CSIC. "Este é o primeiro exoplaneta que identificamos a partir das perturbações causadas em outro objeto do mesmo sistema. Isso abre novas possibilidades de descobertas de exoplanetas similares à Terra", explicou.
De acordo com Giovanna Tinetti, também ligada ao UCL, a temperatura do novo exoplaneta situa-se entre 127 e 427 Celsius, mas segundo a cientista, próximo aos pólos a temperatura pode ser de apenas 77 graus.
A maioria dos quase 290 planetas descobertos até agora são gigantes similares a Júpiter, mas também já foram encontrados exoplanetas até 10 vezes menos massivos que a Terra. No caso de GJ 436c, os modelos indicam que pode se tratar de um planeta rochoso e que seu raio seja 50% maior que o raio terrestre.