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Cientistas descobrem novo tipo de pulsar de raios-gamma

Sexta-feira, 17 out 2008 - 09h55
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Utilizando imagens do telescópio Espacial Fermi, cientistas da agência espacial americana descobriram uma nova classe de Pulsar, que emite radiação eletromagnética somente no comprimento de onda dos raios-gamma. Segundo os cientistas, o feixe de energia emitido pelo objeto atinge a Terra 3 vezes por segundo.


"Este é o primeiro exemplo de uma nova classe de pulsares e nos dará maiores conhecimentos de como essas estrelas colapsadas funcionam", disse Peter Michelson, ligado à Universidade de Stanford e principal cientista do telescópio Fermi.

Um pulsar é uma estrela de nêutrons que gira muito rapidamente. Durante sua rotação, um feixe de energia que é emitido continuamente atinge a Terra e pode ser detectado em diversos comprimentos de onda, desde a luz visível, ondas de rádio, raios-x e raios-gamma. No entanto essa é a primeira vez que um pulsar é detectado emitindo apenas raios-gamma.

O período dos feixes emitidos pelos pulsares varia entre 1.4 milissegundo até 8.5 segundos e são tão precisos quanto os relógios atômicos. No caso do objeto descoberto o período de cada pulso é de 316.86 milissegundos, mas a medida que a massa da estrela diminui, sua rotação também se torna mais lenta e os pulsos se tornam mais espaçados.


Estrelas de Nêutrons


Estrelas de nêutrons são um dos vários estágios finais da vida de uma estrela. Elas são criadas quando estrelas com massa superior a oito vezes a do Sol esgotam sua energia nuclear e passam por uma violenta explosão, chamada supernova.


O Pulsar


O objeto descoberto pela equipe do telescópio Fermi se localiza no interior do que restou de uma supernova, chamada CTA-1, localizada a 4600 anos-luz na constelação de Cepheus. O objeto se formou há 10 mil anos e emite mil vezes mais energia que nosso Sol.


Feixe de Energia


O feixe de energia emitido é conseqüência direta do intenso campo magnético e do movimento rápido da estrela. O feixe de partículas altamente carregadas é expulso do pólo magnético da estrela próximo à velocidade da Luz e à medida que a estrela gira pode ser detectado na Terra ou pelos telescópios espaciais. No caso de CTA-1, devido à perda de massa o período de rotação está aumentando em aproximadamente 1 segundo a cada 87 mil anos.


Arte: Diagrama de emissão de energia de um pulsar. Igual a um farol na praia, à medida que a estrela gira o feixe de energia é dirigido para diferentes partes do espaço. Crédito: Nasa/Rob Gutro/Goddard Space Flight Center.

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