A conclusão foi possível através da determinação do local da transição entre os ventos relativamente suaves detectados na alta atmosfera e os violentos fluxos energéticos de partículas vindas do espaço, que podem ultrapassar 1000 km/h. Segundo os pesquisadores que realizaram o estudo, os dados coletados são bastante consistentes e mostram que a região fronteiriça entre a Terra e o espaço fica a exatamente a 118 quilômetros de altitude.
O experimento foi realizado por cientistas da Universidade de Calgary, no Canadá, que enviaram ao espaço o instrumento chamado Imageador de Íons Supra Termal. O equipamento foi transportado pela cápsula Joule-II, lançada pela da Nasa, que a colocou em órbita baixa de 200 km de altitude. O lançamento ocorreu em 29 de janeiro de 2007, mas só agora o trabalho foi finalizado e apresentado no periódico científico "Journal of Geophysical Research".
As medidas feitas pela equipe de Knudsen confirmaram o trabalho de outros cientistas, que já haviam previsto teoricamente a mesma altitude de 118 km como a fronteira do espaço.
"O resultado nos permite olhar mais de perto essa região e calcular o fluxo de energia que atinge a atmosfera da Terra, trazendo uma melhor compreensão da interação entre o espaço exterior e nosso ambiente", disse Laureline Sangalli, co-autora do trabalho e aluna de Knudsen. "A determinação dessa altitude também poderá ajudar a entender melhor a ligação entre as manchas solares e as mudanças climáticas, bem como o impacto que o tempo espacial tem sobre os satélites, as comunicação, navegação e geração de energia".
Os instrumentos utilizados na detecção da fronteira do espaço também foram adotados pela missão Swarm, da Agência Espacial Européia, ESA, em uma missão que será lançada em 2010 e que deverá coletar dados na mesma região do espaço durante quatro anos.