"Queríamos um censo dos buracos negros e saber como eles são", disse o astrofísico Niel Brandt, um dos coordenadores da pesquisa.
Usando o Observatório Xandra de Raios-X, da Nasa, e a Missão Newton, da Agência Espacial Européia, Niel e outros cientistas tentaram fazer exatamente isso.
Em busca de buracos negros, os astrofísicos concentram-se em emissões de raios-X, jáas áreas ao redor dessas estrelas mortas emitem, além de luz visível, esse tipo de radiação. Usar raios-X também permite que os pesquisadores detectem buracos negros no núcleo de galáxias, sem que a luz das demais estrelas interfira na observação.
Falando na reunião anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS), Niel Brandt disse que as pesquisas mostram que os chamados buracos negros supermassivos, existentes no núcleo das galáxias, são muito mais numerosos do que o esperado. Extrapolando a partir dos 600 buracos negros descobertos pelo telescópio, Brandt acredita que existam pelo menos 300 milhões de supermassivos no céu.
A existência de tamanha quantidade de buracos negros confirma que o que antes se acreditava ser uma radiação difusa de raios-X que permeia o universo é, na verdade, consequencia da soma de raios gerados por inúmeras fontes discretas.
Os buracos negros são o resultado do desmoronamento de estrelas muito maiores que o sol. Quando terminam de consumir todo o hidrogênio que as faz brilhar, não há nada que impeça a gravidade de esmagá-las, reduzindo-as a pequenos pontos de densidade tão grande e com um campo gravitacional tão intenso que nem mesmo a luz pode escapar.
As regiões ao redor dos grandes buracos negros brilham com a luz e radiação devido à enorme energia a que são aceleradas as partículas que são atraídas por essas estrelas mortas estrelas mortas.
Foto: Nesta imagem, feita em fevereiro de 2004 pelo telescópio Xandra, vemos uma estrela sendo atraída e literalmente engolida por um gigantesco buraco negro próximo à galáxia RX J1242-11, a 700 milhões de anos-luz da Terra.
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