A afirmação é do grupo de pesquisadores do instituto de astrofísica da Universidade de Harvard e do Instituto Smithsoniano, liderados pela pesquisadora Andrea Prestwich.
De acordo com as informações divulgadas pelo grupo, o buraco negro se localiza na galáxia IC-10, distante 1.82 milhões de anos-luz da Terra. Ao seu redor, duas estrelas descrevem uma órbita completa a cada 34.4 horas, ao mesmo tempo em que lançam ao espaço gigantescas quantidades de gás, atraídas pelo descomunal força de gravidade do buraco. Esse processo gera grandes quantidades raios-x, detectados pelo observatório Chandra, especializado neste comprimento de onda.
A descoberta foi possível graças às observações sistemáticas de Prestwich e seus colegas, que repararam que as grandes emissões de raios-x geradas pelo sistema de estrelas repentinamente desapareciam. Para encontrar uma resposta, a cientista apontou para lá outro observatório, o satélite Swift, e fez novas observações por 10 dias.
Prestwich confirmou então aquilo que já desconfiava. O sistema binário passava periodicamente à frente de um grande corpo, invisível, que absorvia por completo as emissões de raios-x, fazendo-as simplesmente "sumir" repentinamente e o único objeto capaz de produzir esse fenômeno é o buraco negro.
Para escapar da gravidade da Terra, um corpo precisa ser acelerado a 11 km/s. No caso de um buraco negro, sua gravidade é tão forte que nem mesmo a luz, à velocidade de 300 mil km/s, consegue escapar, daí seu nome "negro", já que não pode ser visto.
Se comprovado, o novo objeto supera outro buraco negro descoberto há poucos dias por um grupo internacional de cientistas. Descoberto em 17 de outubro, o buraco tem massa 16 vezes maior que o Sol e foi o primeiro a ser descoberto em um sistema binário eclipsante, formado por um buraco negro e uma estrela de grande massa da galáxia do Triângulo, ou M33, distante e milhões de anos-luz.