Os cientistas trabalham com a hipótese mais provável da cratera maior ter sido formada pelo impacto de um meteorito há 17 milhões de anos. O círculo tem seis quilômetros de diâmetro e uma grande cúpula em seu centro, de três quilômetros de diâmetro e cerca de 300 m de altura. Ao lado direito, foi observada outra cratera semelhantes, porém em menor escala.
"Para termos certeza, precisamos coletar amostras e fazer um perfil das camadas de sedimento para determinar se as formações são resultantes de um impacto", afirmou o cientista Frederico Dias, da Estrutura de Missão Para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC).
A possibilidade de a cratera ter origem vulcânica já foi descartada pelos estudiosos, pois eles não encontraram qualquer vestígio de fluxo de lava no interior da formação ou em seus arredores.
O estudo em torno de um possível impacto de um meteorito na região foi apresentado durante a Reunião de Outono da União Geofísica Americana em San Francisco (EUA), onde todos os anos cientistas especializados em geofísica se reúnem. A teoria do impacto de um meteorito no oceano dividiu as opiniões dos cientistas durante o encontro.
Uma nova expedição está marcada para o início do próximo ano numa tentativa de recolher novas amostras da formação utilizando um veículo operado por controle remoto.
A Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) foi criada pelo governo português com o objetivo de elaborar uma proposta de extensão de fronteira, além das atuais 200 milhas náuticas a ser entregue à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.