Liderados pelo cientista Amato Evan, os pesquisadores encontraram algumas evidências de que quando existem mais tempestades de poeira no deserto, a quantidade de furacões diminui, mas aumenta a quantidade de tempestades tropicais.
As descobertas de Evan não são conclusivas e serão publicadas na próxima terça-feira na revista especializada Geophysical Research Letters.
Para chegar a essas conclusões, os cientistas usaram imagens de satélites para estudar o volume de poeira das tempestades africanas sopradas em direção ao Atlântico entre 1982 e 2005. Em seguida compararam os números com a atividade de tempestades e furacões sobre a Bacia do atlântico.
Segundo Evan, não se pode demonstrar de forma conclusiva uma relação direta entre os dois fenômenos, mas parece haver uma ligação forte entre o transporte da poeira e a atividade ciclônica.
Muitos estudos mostram que existe uma relação potencial entre o aumento da temperatura na superfície do mar (TSM) e um aumento na intensidade e na quantidade de tempestades tropicais.
Os cientistas sugerem que rês mecanismos de influência da poeira africana sobre a formação dos furacões. O primeiro deles seria a introdução de ar seco nas tempestades, o que causaria ventos descendentes que bloqueiam as correntes ascendentes necessárias à alimentação das tempestades. O segundo mecanismo poderia ser os ventos que acompanham o ar do Saara, que causaria mudanças na direção dos ventos da tempestade, impedindo seu crescimento.
Por fim, Evan e sua equipe apontam o calor absorvido pela poeira, que pode estabilizar as temperaturas, novamente bloqueando a ascensão do ar.