Quando a rajada de uma erupção solar atinge a Terra, o campo magnético do planeta treme. Quando esse tremor é forte o suficiente, é chamado de tempestade geomagnética. Nos casos extremos causa quedas de energia elétrica e faz com que instrumentos de navegação apontem em direção errada. As auroras boreais e austrais são o lado mais belo das tempestades.
Atualmente estamos deixando o ciclo solar 23 e segundo as últimas previsões solares, o próximo ciclo atingirá seu pico de maior intensidade entre 2010 e 2011 e poderá ser um dos mais intensos desde que os registros começaram a ser feitos, há mais de 400 anos. A informação é do físico David Hathaway, ligado ao Centro Espacial Marshall, da Nasa.
A previsão, apresentada por Hathaway e seu colega Robert Wilson perante a União Geofísica Americana, está baseada em dados históricos das tempestades solares.
Hathaway e Wilson estudaram dados de atividades geomagnética registrados nos últimos 150 anos e segundo os cientistas, os valoresregistrados permitem inferir como será o nível da atividade geomagnética para os próximos 6 a 8 anos. A figura abaixo ilustra a análise.
No gráfico, as curvas em preto são os ciclos solares, a amplitude é o número de manchas solares. As curvas em vermelho são os índices geomagnéticos, especificamente o Índice de Variabilidade Entre-horários, conhecido como IHV. Segundo Hathaway, os índices são derivados de dados registrados por magnetômetros em dois pontos opostos do planeta, um deles na Inglaterra e outro na Austrália, e vêm sendo coletados desde 1868.
A correlação entre o número de manchas solares versus o IHV, sugere o IHV para os próximos 6 anos. "Nós não sabemos como essa matemática de correlação funciona. Ainda é um mistério. Mas que funciona, funciona", diz Hathaway.
De acordo com a análise proposta, o próximo ciclo solar atingirá seu máximo em 2010, com uma quantidade de manchas solares de aproximadamente 160. Isso deverá fazer deste ciclo o mais intenso dos últimos 50 anos, e um dos mais ativos já registrados.
Os "flares" produzem uma enorme emissão de radiação que se espalha por todo o espectro eletromagnético, e se propaga desde a região das ondas de rádio até a região dos raios X e raios gama. Como conseqüência temos as chamadas Ejeções de Massa Coronal, enormes bolhas de gases ionizados com até 10 bilhões de toneladas, que são lançadas no espaço a velocidades que superam facilmente a marca de um milhão de quilômetros por hora.
Clique aqui e saiba mais sobre atividade solar.
Veja também:
Tempestades solares provocam auroras e interferências na Terra