O aquecimento do planeta traz entre inúmeras consequências, o derretimento das camadas de gelo e a elevação do nível dos oceanos. Além disso, poderá também despertar vulcões no futuro. Em um mundo mais quente, o difícil será prever quando esses eventos extremos poderão ocorrer.
"O fato é que estamos causando hoje as mudanças do clima do futuro. Os riscos geológicos são mais uma área de atividade sobre a qual ainda não refletimos", afirmou Bill McGuire, do Centro de Pesquisa de Riscos do University College de Londres, durante encontro realizado entre vulcanologistas e oceanógrafos.
De acordo com os especialistas, o primeiro passo seria desenvolver modelos mundiais que relacionassem as alterações do clima e as atividades geológicas. Hoje não existe nenhum modelo deste tipo.
"As complexas consequências das atividades vulcânicas para a biosfera atmosférica continuam a ser compreendidas de maneira imprecisa", disse David Pyle, especialista em vulcões da Universidade de Oxford, no Reino Unido.
A Islândia passou por uma grande atividade vulcânica há 11 mil anos atrás. Hoje, tal acontecimento é relacionado à presença das águas geradas pelo derretimento da camada de gelo que inundaram a área. Na região o gelo serve como uma tampa protetora que, quando removida, faz com que o magma se descomprima mais rápido resultando numa violenta erupção.
Já o colega Sebastian Watt recolheu dados sobre mais de 32 centros vulcânicos no Chile. Segundo o pesquisador, quando o gelo derrete nos Andes, a camada protetora dos vulcões também se perde e isso pareceu causar um aumento da atividade vulcânica em episódios passados. Watt usou datação por radiocarbono para determinar a idade de diversas amostras de rocha, mas os dados ainda são insuficientes e muitas incertezas ainda existem sobre o assunto.
Vulcâmeras: Veja os vulcões em tempo real
Foto: Vulcão Sheveluch, durante erupção em outubro de 2009. A montanha se localiza na Península de Kamchatka, no extremo leste da Rússia. Sheveluch é uma dos mais ativos vulcões do planeta e poed ser visto em tempo real no aplicativo Vulcâmeras
. Crédito: Kvert/Yuri Demyanchuk.