Utilizando técnica de interferometria, astrônomos europeus conseguiram observar pela primeira vez o sistema binário de estrelas que formam um dos pontos do trapézio. O sistema duplo é a mais massiva estrela próximo à Nebulosa de Órion, uma região do espaço onde nascem outras estrelas de grande massa.
A imagem do sistema binário foi publicada esta semana pelo periódico científico Astronomy & Astrophysics e mostra em alta resolução o jovem sistema binário Theta1 Orionis C, localizados no interior da Nebulosa. A cena foi obtida pela equipe liderada pelos astrofísicos Stefan Kraus e Gerd Weigelt, do Instituto Max Plank de Radioastronomia, da Alemanha, que utilizaram o instrumento AMBER instalado no interferômetro do telescópio VLT, localizado no deserto de Atacama, no Chile.
O sistema formado por Theta1 Ori C é o mais brilhante das quatro estrelas formadas pelo Trapézio, localizado a 1350 anos-luz de distância. A intensa radiação do sistema ioniza todo o gás do interior da nebulosa e é a responsável pela tênue luz do objeto quando observado através de um pequeno telescópio.
Apesar de serem vistas até mesmo à vista desarmada, Theta1 Ori C estão tão próximas, cerca de 20 mili arco-segundos, que só puderam ser "separadas" por instrumentos em meados de 1999. Assim, para estudar em profundidade o sistema foram necessários telescópios de altíssima resolução angular, como os utilizados pela equipe de Kraus e Weigelt.
Combinando as observações feitas com o instrumento AMBER e medições do sistema realizadas nos últimos 12 anos, os astrofísicos conseguiram determinar em 11 anos o período orbital do sistema e através da terceira Lei de Kepler calcularam que a massa das estrelas é de 38 massas solares para Theta 1 e 9 massas solares para Ori C.