As primeiras evidências de que algo estranho havia acontecido com Júpiter vieram através de observações feitas pelo astrônomo amador Anthony Wesley, na Austrália, que reparou que uma nova cicatriz repentinamente aparecido no disco planetário. A notícia rapidamente se espalhou e centenas de telescópios passaram a observar o planeta.
As imagens registradas pelo JPL foram feitas em diversos comprimentos de onda no espectro infra vermelho e revelam uma série de detalhes da cicatriz. No comprimento de onda de 1.65 micrômetros, sensível à luz refletida na alta atmosfera de Júpiter, é possível observar a região central da mancha mais brilhante com os detritos mais escuros à noroeste.
No seguimento do infravermelho próximo a sondagem espectroscópica revela o ponto de impacto próximo à região polar como uma visível mancha negra repleta de brilhantes ressurgências enquanto no infravermelho médio é observado um aquecimento na alta troposfera jupiteriana, com possíveis traços de emissão de gás de amônia.
Ainda não existe evidências concretas sobre o tipo de objeto que atingiu o planeta, se um asteróide ou cometa, mas a grande maioria dos cientistas que se pronunciaram não acredita que a mancha esteja relacionada a algum fator climático, a exemplo do que acontece hoje em dia com a Grande Mancha Vermelha.
Ao contrário do que aconteceu com o cometa Shoemaker-Levy 9 em 1994, não havia dessa vez qualquer previsão de impacto e os cálculos da possível trajetória deverão levar algum tempo até ser concluído. Entretanto, caso a hipótese de impacto se mostrar correta, a cicatriz deverá se dissolver lentamente nas intensas correntes de vento presentes na atmosfera jupiteriana.
A mancha negra é grande o suficiente para ser observável até mesmo através de telescópios de tamanho médio acima de 250 milímetros e se localiza na longitude de 210 graus.
Os choques contra a atmosfera resultaram em cicatrizes de mais de 6 mil quilômetros de raio, causadas pela gigantesca energia cinética superior a 6 milhões de megatoneladas de TNT produzida por cada fragmento.
Os impactos foi acompanhados por centenas de observadores ao redor do mundo e diversas imagens foram registradas, tanto por astrônomos amadores como profissionais, mas nenhuma se compara a esta, captada pelo telescópio espacial Hubble.
A imagem apresenta nitidez impressionante e revela as enormes cicatrizes deixadas sobre o hemisfério sul do gigante gasoso. Os resultaram em cicatrizes negras que elevarem colunas de gás a milhares de quilômetros de altitude e formaram bolhas gasosas de centenas de graus Celsius.