Após 13 dias no espaço, o ônibus espacial Atlantis pousa hoje à tarde no Centro Espacial Kennedy, na Flórida. O pouso está previsto para as 14h55 pelo horário de Brasília. O evento será transmitido ao vivo pela NASA-TV e retransmitido aqui no Apolochannel
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As condições do tempo estão sendo monitoradas com bastante atenção pelo centro de previsão meteorológica da Nasa, e até a manhã desta quinta-feira não haviam chances de tempestades na região da pista de pouso.
Estão programadas duas tentativas de aterrisagem para esta tarde. Se os previsores e controladores de vôo confirmarem o horário estipulado, das 14h55, o comandante Rick Sturckow e o piloto Lee Archambault, iniciarão as manobras de saída orbital na revolução 202, às 13h50. Caso não seja possível aterrisar a nave no horário programado, o processo deverá ocorrer na órbita 203, às 15h25 com o pouso previsto para às 16h30, também na pista da Flórida.
A bordo da Atlantis estão os membros da missão STS-117, que retornam à Terra após mais uma etapa da construção da Estação Espacial Internacional, ISS. Ali os astronautas instalaram outro seguimento de viga, S3/S4 e montaram mais um painel solar para ampliação da capacidade de geração elétrica no complexo. No total foram realizados quatro passeios ou atividades extraveiculares, EVA. Durante o terceiro passeio a equipe realizou reparos externos na manta de proteção térmica que reveste a nave.
A Atlantis também levou à ISS seu mais novo membro, o engenheiro de vôo Clayton Anderson, que substituiu sua colega Sunnita Williams, no espaço desde dezembro de 2006. Sunnita, ou Sunny, como é carinhosamente conhecida, estabeleceu o recorde feminino de permanência no espaço, superando sua compatriota Shannon Lucid. Sunny ficou 193 dias em órbita da Terra e de dentro da ISS participou da maratona internacional de Boston, correndo sobre uma esteira.
Perdendo velocidade, a Atlantis tende a perder altitude, aumentando o atrito sobre as altas da camada da atmosfera. Esse processo é conhecido como "reentrada", e é um dos momentos mais críticos de toda a missão, somente comparável em risco aos 8 minutos iniciais do lançamento.
Durante a reentrada, a temperatura do corpo da espaçonave atinge mais de 1500 graus Celsius e é isolada por milhares de pequenas placas de cerâmica e silica, que revestem a parte inferior do ônibus espacial. O nariz e bordos de ataque da nave são protegidos de forma mais cuidadosa, já que produzem maior atrito e consequentemente mais calor. Cada placa de cerâmica é única e numerada e não pode ser substituída por outra que não seja sua réplica.
A elevada temperatura causada pelo atrito aquece os gases ao redor da espaçonave e os incandesce. Essa incandescência é conhecida como plasma e ocorre devido à ionização das partículas dos gases. Essa ionização bloqueia a propagação das ondas de rádio e impede a transmissão de dados e as comunicações de voz entre a nave e o centro de controle da missão.