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Com uma mãozinha européia, China parte para a Lua

Quarta-feira, 24 out 2007 - 16h41
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A corrida para reconquista da Lua, considerada por muitos como a Nova Corrida Espacial, ganhou nesta manhã de quarta-feira mais um capítulo, com a esperada entrada dos chineses na disputa.

Eram exatamente 08h05 pelo Horário de Brasília (18h05 hora local) quando um foguete do tipo Longa Marcha 3-A decolou do centro espacial de Xichang, na província de Sichuan, levando a bordo a primeira sonda chinesa de exploração lunar Chang'E-I.

A sonda Chang’e-1, cujo nome foi inspirado em uma deusa tradicional chinesa que habita a Lua, representa o primeiro passo da CNSA, a agência espacial chinesa, antes de enviar robôs exploradores ao nosso satélite, previsto para 2020.

Chang’e-1 não pousará na Lua, mas deverá orbitá-la por pelo menos um ano. Durante sua missão, quatro importantes objetivos deverão ser alcançados. O mais importante será fazer imagens tridimensionais dos diversos acidentes geográficos e cartografar a maior parte das estruturas geológicas do nosso satélite. O mapeamento incluirá as primeiras imagens detalhadas de algumas regiões próximas aos pólos.

O segundo objetivo será analisar a abundância e distribuição de 14 elementos químicos sobre a superfície lunar. O terceiro objetivo da missão será efetuar medições da profundidade do solo lunar e por último, coletar dados que serão usados para previsão do tempo no espaço compreendido entre a Terra e a Lua.

Pesando 2350 quilos, Chang’e-1 é uma nave de grande porte. Sua órbita será do tipo circular, que deverá ser feita a uma altitude de 200 quilômetros acima da superfície.


De olho no filão


Apesar de Chang’e-1 ser uma nave chinesa, outro peso-pesado da tecnologia espacial está trabalhando em parceria com a CNSA. De olho na ascensão meteórica da tecnologia chinesa, a ESA, Agência Espacial Européia, está dando total suporte às operações da CNSA, que vão desde detalhes de construção da sonda até a infra-estrutura de rastreio e telecomunicações.

Durante a missão européia Smart-1, a ESA forneceu à agência chinesa detalhes da posição da sonda e compartilhou dados científicos de posicionamento e freqüências de comunicação, que permitiram aos chineses testar suas estações de rastreio e telemetria.

"Participar do programa Chang’e-1 é uma grande oportunidade para os cientistas da ESA. Eles poderão ampliar bastante suas pesquisas e baseado na experiência adquirida nesta primeira etapa poderemos ampliar ainda mais a cooperação nas futuras missões", disse Hermann Opgenoorth, diretor da divisão de missões do sistema solar da ESA.


Instrumentos sofisticados


Para atingir seus objetivos, Chang’e-1 leva a bordo uma grande quantidade de instrumentos, entre eles uma câmera CCD estereoscópica de alta definição, um altímetro laser e um espectrômetro de raios-X e gama. Além desses instrumentos a sonda também leva a bordo um interferômetro imageador, um radiômetro de microondas e um detector de partículas de alta-energia, além de um detector de partículas de vento solar.

Chang'E-1 deve entrar na órbita de transferência entre a Terra e a Lua no próximo dia 31 de outubro. Em 5 de novembro a sonda iniciará definitivamente sua órbita ao redor da Lua.

Fotos: No topo, lançamento do foguete Longa Marcha 3-A, levando a bordo a sonda Chang’e-1. Acima, concepção artística da sonda ao redor da Lua.

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