O estudo é baseado em dados de uma década e documenta os níveis elevados de poluentes aerossóis naturais e produzidos pelo homem relacionados às mudanças sazonais na região. A concentração de poluentes varia muito conforme a estação do ano. No mapa, as áreas mais poluídas são representadas em vermelho e aparecem principalmente na época das chuvas de monções, que em geral começam em junho e terminam em outubro. Nesta época faz muito calor na Índia.
Larry Di Girolamo e Sagnik Dey, cientistas da Universidade de Illinois analisaram exaustivamente a superfície indiana, uma região densamente povoada e com má qualidade do ar. Os aerossóis, pequenas partículas suspensas no ar são produzidos tanto por fontes naturais, como o pólen e poeira carregados pelo vento, como pelas atividades humanas, quando liberados pela queima de combustíveis fósseis. Em alta concentração, esses poluentes causam sérios danos à saúde.
Girolamo e Dey utilizaram o MISR para distinguir a variabilidade da superfície atmosférica e medir a quantidade de partículas suspensas. A tecnologia do instrumento permite ainda diferenciar as partículas naturais das produzidas pelo homem.
O resultado é que foram encontrados altos nível dos dois tipos de poluentes aerossóis, tanto os naturais como os produzidos pelo homem. O nível de poluição atmosférica na maior parte da Índia ficou 2 a 5 vezes maior do que os padrões da Organização Mundial da Saúde.
Já durante a época das chuvas, a poeira e a fuligem se dispersam, mas ainda resta o acumulo de outros poluentes gerados pelas atividades humanas.
Passando a época das monções, o transporte de poeira é reduzido e durante o inverno a brisa ajuda a dispersar grande parte dos poluentes em direção ao mar, fechando ciclo das estações no país. Segundo os cientistas, essas observações vão contribuir muito para ajudar a validar modelos atmosféricos.
"Estamos descobrindo que, em uma área complexa como a Índia, nós temos um longo caminho a percorrer. Mas estas observações ajudam nos dar alguma orientação, disse Di Girolamo.
O MISR vai continuar recolhendo esse tipo de material ao redor do mundo e no futuro um estudo da concentração de aerossóis poderá ser comparado com dados de clima e a saúde.