Confirmado: estação espacial chinesa cairá na Terra em 2017
Segunda-feira, 19 set 2016 - 09h11
Por Rogério Leite
Cinco anos após ser lançada, a estação espacial chinesa Tiangong-1 está com os dias contados. Em breve a nave retornará à Terra, possivelmente descontrolada, na forma de uma enorme bola de fogo.
Concepção artística mostra a Estação Espacial Tiangong acoplada ao módulo Shenzhou 9.
O aviso da desativação da estação Tiangong-1 foi feito oficialmente por autoridades chinesas, após uma série de especulações levantadas por cientistas amadores de que o centro de operações da missão não tinha mais controle sobre o laboratório espacial.
De acordo com a agência de notícias chinesa, Tiangong-1 deverá cair na Terra na segunda metade de 2017, com a maior parte de sua estrutura ardendo na atmosfera.
Perda de contato
Tiangong-1 deixou de enviar dados à Terra em março deste ano (2016) e desde então nunca houve qualquer comunicado por parte das autoridades informando se a pane havia sido corrigida.
Modelagem 3D mostra a nave Shenzhou 9 antes de se acoplar à Estação Espacial Tiangong-1.
Sem os dados de telemetria é praticamente impossível saber os parâmetros de voo e condições da nave e qualquer tentativa de correção e estabilização serão feitas às cegas. Além disso, não se sabe se a nave está apta a receber e processar os comandos enviados pelos engenheiros, o que significa que Tiangong-1 poderá cair em qualquer parte do planeta, embora as chances de cair no mar sejam grandes.
Histórico
Desde que foi lançada, em setembro de 2011, Tiangong-1 foi visitada por diversas naves. A primeira a se atracar ao complexo foi a nave automática Shenzhou 8, que se acoplou em novembro de 2011. Em junho de 2012 a estação recebeu a visita da nave tripulada Shenzhou 9, quando a taiconauta Liu Yang se tornou a primeira mulher chinesa no espaço.
Reentrada da Tiangong-1
Ninguém sabe exatamente o estado da saúde da Tiangong-1, nem mesmo se existe combustível disponível para manobras. A única coisa que se conhece é a posição no espaço, ditada unicamente pelas forças natureza e constantemente monitorada pelo site Satview.org, especializado em reentradas de lixo espacial.
A nave pesa 8.5 toneladas e orbita a 370 km de altitude, ligeiramente abaixo da Estação Espacial Internacional.