Se o eixo da Terra não fosse inclinado e se a orbita da Terra ao redor do Sol fosse perfeitamente circular, com velocidade constante, a posição aparente do Sol na abóbada celeste seria exatamente a mesma todos os dias, no mesmo horário de observação. Assim, se fizéssemos fotos do Sol todos os dias, no mesmo horário e do mesmo ponto de vista, o resultado seria um ponto luminoso imóvel.
No entanto, essas condições ideais não existem.
O eixo de rotação da Terra é bastante inclinado (23,7 graus) em relação a orbita ao redor do Sol e esse efeito, combinado ao fato da orbita da Terra não ser perfeitamente circular, faz com que o Sol não aparente estar na mesma posição do céu todos os dias nas mesmas horas.
Assim, um registro fotográfico diário do Sol revelará uma figura em forma de "8", que é o resultado das diversas posições do astro-rei no firmamento ao longo do ano, causado pela interação de todos os movimentos envolvidos.
No entanto, em algumas partes da Terra a figura em forma de "8" não é obtida. É o caso dos polos, onde o Sol não se eleva mais de 25 graus e passa praticamente a metade do ano abaixo do horizonte.
A foto no topo do artigo mostra exatamente esse efeito. Ela foi feita na estação estadunidense de Cascádia, na Antártida e mostra o que talvez seja o único analema já registrado no polo sul. As cenas foram tomadas entre março e setembro de 2015, quando o Sol estava presente no continente gelado.
Na sequencia vemos um analema completo, registrado acima do Templo de Apollo, na Grécia.
Daqui um ano, faça um mosaico ou um filme e envie o resultado pra nós.
Bons céus!
Nota: Antártida e Antártica são formas diferentes de descrever o mesmo lugar. Não há diferença entre elas, que podem ser usadas livremente.