A foto é uma das mais recentes imagens captadas pela nova câmera WFC3 do telescópio espacial Hubble, instalada em maio de 2009 durante a missão STS-125 do ônibus espacial e é o principal instrumento no estudo da energia e matéria escura, formação das estrelas e descoberta de galáxias extremamente remotas.
A cena retrata a nebulosa planetária NGC 6302, também chamada de Nebulosa da Borboleta, localizada a 3800 anos-luz, no interior da constelação do Escorpião. No centro da nebulosa jaz uma estrela moribunda, que em seus anos de esplendor já foi cinco vezes mais massiva que nosso Sol, mas que após seu colapso há mais de 2 mil anos, expulsou suas camadas externas em direção ao espaço, formando uma reluzente trilha de gás que agora brilha na forma de uma gigantesca esteira de radiação ultravioleta, responsável por sua aparência.
O remanescente da estrela central não pode ser observado, escondido por um anel circular de poeira visto na cena como a faixa negra que dá forma ao corpo da borboleta. O cinturão mais grosso consiste no fluxo de gases e forma o clássico padrão em forma de ampulheta, visto na maioria das nebulosas planetárias.
A borda da nebulosa é formada pela luz emitida pelo nitrogênio, o mais frio dos gases visíveis na imagem. A câmera que fez a cena é equipada com uma grande variedade de filtros que isolam a luz emitida pelos vários elementos químicos, permitindo aos astrônomos inferir as propriedades do gás nebular, sua temperatura, densidade e composição.
De acordo com os cientistas, a temperatura na superfície da estrela é de aproximadamente 220 mil graus Celsius, o que faz dela uma das mais quentes da Via-Láctea. De ponta a ponta, a nebulosa mede 2 anos-luz de comprimento, o equivalente a 18 trilhões de quilômetros.