A colisão sem precedentes ocorreu no dia 10 de fevereiro (2009) à 01h43 pelo horário de Brasília e envolveu o satélite comercial norte-americano Iridium 33 e o russo Cosmos 2251, quando ambos orbitavam a região da Sibéria, no extremo norte da Rússia, a uma altitude de 790 km acima da superfície.
Até o momento as causas exatas não foram divulgadas e ambas as nações deram a entender que a colisão dos satélites havia ocorrido por acidente. No entanto, na visão do General Leonid Shershnev, ligado ao comando da inteligência militar da Rússia, a colisão entre os satélites é parte do projeto americano de pesquisa de "duplo propósito" chamado Orbital Express, iniciado em 2007.
A Orbital Express era uma missão gerenciada pela DARPA, Agência de Projetos e Pesquisas Avançadas para Defesa norte-americana e conduzida por pesquisadores do Centro de Vôo Espacial Marshall, da Nasa. De acordo com a DARPA, o programa tinha o objetivo de validar a exequibilidade de técnicas robóticas de reabastecimento autônomo e reconfiguração de satélites no espaço, e seria usada no apoio à grande gama de satélites americanos destinados à segurança do país.
Segundo oficiais americanos a missão Orbital Express terminou em julho de 2007 com todos os objetivos alcançados. No entanto, em entrevista concedida à agência de notícias russa Novosti, o general Shershnev afirma que os militares americanos continuaram secretamente o projeto e desenvolveram tecnologias que permitem monitorar e inspecionar satélites em pleno espaço através de equipamentos robóticos.
Segundo Shershnev, a colisão de fevereiro é uma clara indicação de que os americanos aprimoraram o sistema e utilizaram o Iridium 33 para testar uma nova tecnologia capaz de manipular a órbita de satélites hostis e até mesmo destruí-los com um simples comando de terra.