A ideia saiu do papel há cinco anos quando as residências flutuantes começaram a ser construídas. Um mecanismo de sistema hidráulico é capaz de elevar a estrutura da casa cinco metros acima do nível do chão em caso de enchente. A estrutura da casa é de concreto e a área interna de madeira.
A parte superior é leve e a inferior, pesada. Quando o nível da água sobe a casa flutua. Os pilares servem de âncora, explica Ger Kengen, diretor do escritório de arquitetura Factor Architectem, responsável pelo projeto.
A iniciativa de um país desenvolvido prevê algo ainda maior, a construção de cidades totalmente flutuantes na Holanda. Um programa inédito estuda a entrega de 12 mil casas anfíbias ao redor do aeroporto da capital, Amsterdã.
A Holanda tem 26% de seu território abaixo do nível do mar e é uma das regiões da Europa mais suscetíveis aos efeitos das mudanças climáticas. Dos 16 milhões de habitantes, 9 milhões podem ter que deixar suas casas caso o sistema de diques e barreiras do país seja coberto pelas águas do Oceano Atlântico.
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU estima que o nível dos oceanos possa subir pelo menos 1 metro até o ano de 2100.
Outro projeto estuda ampliar o alagamento de terras da região de Noordwaard, reduzindo o nível dos rios onde vivem 4 milhões de holandeses. Quando sofremos inundações em 1993 e 1995, ficou claro que o clima mudava, diz Ralf Gaastra, responsável pela ideia. Nos demos conta de que não seria possível continuar elevando indefinidamente a altura de nossos diques. Era preciso buscar outras soluções.