A imagem acima apresenta duas amostras compostas da concentração de ozônio sobre a região Antártica em 2008 e até setembro de 2009. Medido em unidades Dobson, o déficit do gás é visto na coloração roxa e foram coletados pelo instrumento de monitoramento de ozônio a bordo do satélite Aura, da Nasa.
"Observamos que o buraco na camada de ozônio em 2009 está dentro da média da última década", disse o pesquisador Paul Newman, ligado ao Centro Espacial Goddard, da Nasa. "Apesar de parecer menor, ainda temos quatro semanas de coleta de dados e não sabemos ao certo como será o resultado até o final do período. Não dá para saber se o buraco vai se manter assim ou se vai crescer. Até agora está dentro da média".
Anualmente, o buraco na camada de ozônio começa a crescer em agosto e atinge seu ápice entre setembro e outubro.
Os estudos mais recentes mostram que o tamanho anual no buraco da camada de ozônio está estabilizado, enquanto o nível das substâncias causadoras caiu cerca de 4% desde 2001. No entanto, uma vez que as principais substâncias responsáveis pelo fenômeno - clorina e brometo de metilo - têm longo tempo de vida, uma recuperação significativa da camada só será observada após 2020.
Em meados de novembro e dezembro, em função do aumento gradual da temperatura, o ar circundante à região onde se encontra o buraco inicia um movimento em direção ao centro. Esse ar trás consigo o ozônio para a alta atmosfera na região do buraco, que tem seus níveis de gás normalizados até a chegada da próxima primavera.
O buraco na camada de ozônio foi reconhecido pela primeira vez em 1985 e durante a última década, em escala global a camada perdeu 0.3% de sua espessura a cada ano, aumentando significativamente os riscos de câncer de pele, cataratas e causando danos à vida marinha.
A diminuição da camada é causada pela presença de elementos que destroem o ozônio, como a clorina e o brometo de metilo, e principalmente pelos gases originados de produtos criados pelo homem, como os clorofluorcarbonos ou CFCs. Conhecido como gás freon, o CFC é usado em grande escala na produção de aerossóis, refrigeradores e produtos de limpeza. Apesar de ainda estar presente na atmosfera, sua concentração vem diminuindo graças ao Protocolo de Montreal, assinado em setembro de 1987. Nele, os países signatários se comprometem a substituir as substâncias que reconhecidamente causam danos à camada.