A mensagem informa claramente que um polígono de grande área, localizado no oceano Pacífico, foi reservado para operações militares no período compreendido entre 20 de fevereiro às 23h30 até às 02h00 do dia seguinte. Esse período corresponde exatamente ao momento em que o satélite espião sobrevoará a região da costa oeste do Havaí, coincidentemente delimitada pelo polígono de operações.
As informações de que essa poderá ser a área de onde o míssil deverá ser lançado foram divulgadas na tarde de hoje (segunda-feira) pelo pesquisador independente Ted Molczan, que há décadas se dedica à observação e rastreio de satélites militares.
Os dados, postados por Molczan no grupo de observações SatObs, devem ser vistos com reservas, já que não existem informações oficiais sobre o caso, mas dada a seriedade e acertos de Molczan, não podem ser descartadas.
Se confirmado, o míssil será disparado durante o dia em pleno oceano Pacífico, mas os fragmentos não poderão ser vistos do Brasil, que no momento estará fora da passagem e assistindo ao eclipse total da Lua. Caso seja atingido, fragmentos pequenos poderão ser vistos a partir da região norte da costa oeste dos EUA e oeste do Canadá.
De acordo com informações fornecidas pela AP na última semana, a marinha deverá lançar 2 ou três mísseis do tipo SM-3, a partir de um cruzador ou destróier localizados próximos à costa do Havaí. Para atingir o satélite a 260 quilômetros de altitude, os SM-3 deverão ser modificados para receberem mais combustível e novo software de navegação.
Deixado à mercê das leis da natureza, o satélite irá re-entrar na atmosfera próximo da segunda semana de março.
Algumas simulações mostram que no dia 17 de março, por exemplo, o satélite pode re-entrar na atmosfera exatamente sobre a Austrália, mas a previsão mais exata somente será possível com poucos dias de antecedência.
Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompe, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície. Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que se derretem facilmente. Como resultado, essas peças e desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes. Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que precisa de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à re-entrada. Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço-inox e berilo, comumente usados na construção de satélites.
O interessante é que ao mesmo tempo em que são resistentes às altas temperaturas, esses materiais também são muito leves (por exemplo, chapas de tungstênio) e como resultado a energia cinética no momento do impacto é tão baixa que raramente provoca danos de grande porte. O problema começa com a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à re-entrada, pode conter material extremamente tóxico, como a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica.